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13/Jan/2020

Tendência de alta do preço da soja em plena safra

No mercado brasileiro, a tendência é altista para os preços em pleno início da colheita da safra 2019/2020, com dólar em alta, prêmios mais elevados nos portos brasileiros, dólar em alta e futuros em Chicago em patamares mais elevados para o decorrer de 2020, além do risco de perdas na safra de soja da Região Sul do Brasil e das adversidades climáticas na Argentina. Alguns produtores das Regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil iniciaram a colheita da safra 2019/2020. Quanto à comercialização, os produtores brasileiros começam o ano cautelosos nas vendas de soja. Muitos estão com as atenções voltadas ao cumprimento de contrato a termo, aos trabalhos de campo e ao desenvolvimento das lavouras. Esses vendedores estão preocupados com o possível atraso na colheita em parte das regiões e com a qualidade das lavouras, devido ao clima irregular durante o desenvolvimento, o que pode, inclusive, reduzir a produtividade.

Além disso, o dólar em alto patamar também reforça a retração vendedora, tendo em vista que sustenta os preços domésticos. Esse cenário, por sua vez, tem sustentado as cotações. Neste início de 2020, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, está cotado a R$ 88,26 por saca de 60 Kg, 20% acima da calculada para o mesmo período dos últimos cinco anos, em termos nominais, e 5% superior, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI de novembro). Interessante é que o dólar, na mesma comparação, também registra valorização de 20%, em termos nominais, com a média atual a R$ 4,06. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ neste início de 2020 está em R$ 88,26 por saca de 60 Kg.

Mesmo com o preço do grão em alta, a margem de lucro das indústrias segue se ampliando, diante da valorização do óleo de soja, especialmente. Quando analisados os preços de exportação, base Porto de Paranaguá (PR), para embarques em fevereiro, o “crush margin” é de US$ 42,77 por tonelada, o maior para esse período desde 2016. No mercado de exportação, as tradings já começaram as vendas para a temporada 2020/2021, com entregas em 2021. Isso indica que, independente do recente arrefecimento na guerra comercial entre China e Estados Unidos, as exportações brasileiras de soja podem seguir apresentando bom desempenho. Nesta temporada, o período de colheita deve ser mais extenso no País, diante da necessidade de replantio em algumas regiões. Divergências de produtividades entre as lavouras devem ser verificadas, devido aos diferentes volumes e periodicidade de chuvas durante o desenvolvimento vegetativo.

No Paraná, os produtores já iniciaram a colheita de soja da safra 2019/2020. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as preocupações são maiores com a baixa umidade do solo. Previsões, no entanto, indicam chuvas para os próximos dias, o que pode melhorar a qualidade das lavouras. Em Goiás, a expectativa é de safra volumosa, diante das condições climáticas favoráveis. A colheita teve início pontual, devendo se intensificar na segunda quinzena de janeiro ou mesmo no início do próximo mês. Em Mato Grosso, a colheita já começou na região norte do Estado, especialmente em áreas que receberão o cultivo de algodão na 2ª safra. Os produtores relatam que as produtividades dessas áreas precoces estão satisfatórias. Em Mato Grosso do Sul, as chuvas são esparsas, mas já há lavouras prontas para serem colhidas. Em São Paulo e em Minas Gerais, o clima beneficiou as lavouras. Apenas algumas áreas no centro do estado de São Paulo foram prejudicadas pela baixa umidade do solo.

Na Bahia, bons volumes de chuvas foram verificados apenas no encerramento de dezembro, o que resultou em necessidade de replantio em áreas de cultivo precoce. Com isso, a colheita do Estado deve acontecer em diferentes momentos. Os produtores da região sul do Maranhão estavam à espera de quebra na produtividade por conta da escassez de chuva. No entanto, recentes precipitações podem favorecer a recuperação de parte das lavouras. Na região oeste do Maranhão, onde o período de cultivo é mais tardio, o semeio ainda está em andamento e os produtores estão otimistas quanto ao rendimento das lavouras. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, aa Argentina, com chuvas irregulares, a área a ser cultivada com a oleaginosa foi reduzida para 17,5 milhões de hectares. Deste total, 93,2% foram semeadas até o dia 9 de janeiro. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.