10/Jan/2020

A entrada gradual da safra de soja 2019/2020 no mercado não pressiona os preços no mercado doméstico. Os preços seguem estáveis, com prêmios mais fortalecidos nos portos, dólar sustentado acima dos R$ 4 e futuros posicionados em patamares mais elevados em Chicago. Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quinta-feira (09/01). O mercado é pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as vendas externas brasileiras da commodity. O Brasil, maior concorrente dos Estados Unidos, deve produzir um recorde de 123 milhões de toneladas de soja em 2019/2020. Além disso, há boa chance de chuvas nos próximos dias no Rio Grande do Sul, onde as lavouras vêm sendo castigadas por uma estiagem.

O vencimento março recuou 3,75 cents (0,40%) e fechou a US$ 9,43 por bushel. Investidores também estão céticos quanto ao possível aumento das compras chinesas de produtos agrícolas dos Estados Unidos, após a China não ter elevado cotas de importação isentas de tarifas. O dólar fechou a quinta-feira (09/06) com a maior alta em dois meses frente ao Real, para o patamar mais alto em três semanas, puxado por mais um dia de força da moeda norte-americana em todo o mundo, movimento que tem marcado este começo de 2020. O Real sofreu pressão adicional de dados mais fracos da produção industrial, que se somam a recentes números apontando perda de vigor nos setores manufatureiro e de serviços no país no fim do ano passado.

O dólar encerrou em alta de 0,85%, a R$ 4,0864. É a maior valorização percentual diária desde 8 de novembro de 2019. O nível de fechamento é o mais alto desde o último dia 20 de dezembro. Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, a indicação de compra é de R$ 78,50 por saca de 60 Kg, para entrega até 20 de janeiro e pagamento no início de fevereiro. Com estoque abastecido, os compradores que vinham mais agressivos não estão atuando no mercado. A negociação é lenta porque os produtores que começaram a colher em janeiro estão mais focados no cumprimento dos contratos já fechados. A tendência é de que a negociação ganhe força em fevereiro. Quanto à negociação da safra 2020/2021, o mercado segue travado.

Os compradores indicam R$ 73,00 por saca de 60 Kg, para entrega em fevereiro do ano que vem e pagamento em 30 de abril de 2021. No Paraná, na região de Ponta Grossa, há registro de negócios a R$ 86,00 por saca de 60 Kg, para entrega em abril e pagamento no começo de maio, mas, a maior das indicações está entre R$ 85,00 e R$ 85,50 por saca de 60 Kg. No Porto de Paranaguá, a indicação é de R$ 88,00 por saca de 60 Kg, para entrega imediata e pagamento no começo de fevereiro. Também para exportação, mas para retirada na região de Ponta Grossa, os compradores indicam R$ 85,00 por saca de 60 Kg, nos mesmos prazos. Há indicação de compra a R$ 83,00 por saca de 60 Kg, para entrega imediata e pagamento no fim do mês. O mercado é lento no disponível, pois a oferta é escassa.