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12/Dez/2019

Moratória da Soja: Abiove diz que carta é positiva

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) vê a carta dos investidores europeus ao governo brasileiro sobre investimento na cadeia de soja no Brasil como uma ação para mostrar que a Moratória da Soja na Amazônia gera valor para a oleaginosa brasileira. "É uma reação a esse movimento que houve, de divulgação pública, de que a Moratória estaria sendo questionada pelos produtores e pelo governo", segundo o presidente da associação, André Nassar. Para Nassar, a carta tem um "tom positivo" e não representa rejeição à compra de soja por causa dos questionamentos à moratória. "Não veio no conceito de ameaça, e sim de que a Moratória traz confiança", afirma. "É uma visão para chamar a atenção do governo brasileiro de que a Moratória gera um valor para a soja brasileira."

Um grupo de 87 companhias europeias, que juntas administram ativos superiores a 2,5 bilhões de libras, escreveu uma carta para o governo brasileiro pedindo a extensão da Moratória da Soja na Amazônia e indicando que, se a iniciativa não for mantida, isso colocará "em risco" os negócios dessas companhias com a soja brasileira. Além disso, o presidente da Abiove negou que a entidade tivesse a intenção de anunciar uma Moratória para o Cerrado no exterior. Segundo Nassar, o anúncio que seria feito está relacionado a uma remuneração a produtores que mantiverem áreas preservadas além do exigido pela lei. "Existem vários atores que estão na cadeia da soja, nós também, que têm a visão de que o produtor que topa abrir mão de desmatar deve ser remunerado e que essa remuneração deveria vir da própria cadeia da soja, de quem está comprando aquela soja. Esse conceito foi desenvolvido, mas o momento de anunciá-lo desapareceu."

Quanto à resposta do embaixador do Brasil em Londres aos investidores estrangeiros, de que o Brasil desenvolveu uma estrutura legal, além de políticas concretas, para mapear a produção e garantir a proteção da vegetação nativa, Nassar pondera que o consumidor europeu quer entender como é o monitoramento do cumprimento do Código Florestal e a garantia de que de fato qualquer soja com desmatamento ilegal fica fora da cadeia da oleaginosa. "Daqui para lá vamos vender a sustentabilidade, vamos mostrar quanto de vegetação nós temos, vamos mostrar que as emissões na produção de soja são menores no Brasil do que em outros países. E de lá para cá eles vão pedir comprovação de que, no que diz respeito ao Código Florestal, quem não está cumprindo está fora da cadeia de soja. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.