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09/Dez/2019

Tendência é de sustentação para os preços da soja

No mercado brasileiro, a tendência é de sustentação dos preços da soja, com o dólar em patamares elevados e prêmios mais firmes nos portos brasileiros, compensando a queda dos futuros em Chicago para abaixo do patamar de US$ 9 por bushel. A semana foi de alta para os futuros na Bolsa de Chicago, com quatro sessões consecutivas de avanço. Os preços de soja haviam iniciado o mês de dezembro em queda, influenciados pela melhora do clima no Brasil. As chuvas têm beneficiado as lavouras de praticamente todo o País, inclusive na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde o déficit hídrico preocupava. Os produtores de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina estão na fase final do plantio de soja. No Rio Grande do Sul, no entanto, o excesso de chuvas começa a deixar os produtores em alerta. O Estado já semeou 83% da área estimada, pouco abaixo dos 88% em igual período de 2018.

No Rio Grande do Sul, os produtores das regiões de Ijuí e de Santa Rosa precisam realizar replantio. Em Ijuí, as lavouras estão desuniformes e em Santa Rosa, houve casos de lagartas e invasoras. Os produtores do Paraná também estão em alerta e relatam que há lavouras com desenvolvimento desuniforme. Além disso, segundo dados da Embrapa, foram registrados dois focos de ferrugem asiática até o momento, sendo um em Ubiratã e outro em Castro. No mesmo período do ano passado, 33 focos de ferrugem asiática haviam sido registrados no Paraná. Em Mato Grosso, as primeiras áreas semeadas já estão em fase de florescimento e enchimento de grãos, período crítico de desenvolvimento. A previsão é de novas chuvas para os próximos dias em praticamente todo o Estado. Vale lembrar que, em dezembro de 2018, parte das lavouras de Mato Grosso já estava pronta para a colheita.

Na Argentina, o excesso de chuva no centro norte e em Santa Fé e registros de granizos no centro leste e Entre Rios dificultaram o cultivo da oleaginosa. Ainda assim, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o plantio avançou de 39% para 49,3% no dia 5 de dezembro. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 96% da área norte-americana foi colhida, em linha com o mesmo período de 2018 (97%). Quanto ao mercado, a queda nos preços domésticos foi limitada pela valorização nos prêmios de exportação, que, por sua vez, estão sendo impulsionados pela maior demanda externa. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de soja embarcada em novembro foi o maior desde agosto deste ano, de 5,157 milhões de toneladas, 5,9% acima da quantidade de outubro/2019 e 4,6% superior ao de novembro/2018.

No entanto, na parcial do ano (de janeiro a novembro), os embarques de soja em grãos totalizam 71,156 milhões de toneladas, 10% abaixo do volume exportado em igual período de 2018. Os embarques dos derivados, por sua vez, diminuíram. Neste caso, a redução nos embarques esteve atrelada ao maior interesse de compradores domésticos, que estiveram mais competitivos do que os estrangeiros. Esse cenário, inclusive, elevou com força os prêmios de exportação de farelo e óleo de soja na semana passada. Nesta linha, o Brasil escoou 1,2 milhão de toneladas de farelo de soja em novembro, 12,8% abaixo do exportado em outubro, mas 11,4% a mais que em novembro/2018. Na parcial deste ano, os embarques de farelo de soja totalizam 15,05 milhões de toneladas, 1,3% inferior ao volume da parcial de 2018.

De óleo de soja, os embarques estão ainda menores, devido à baixa disponibilidade interna. Em novembro, o volume exportado somou apenas 13,35 mil toneladas, 61,1% abaixo do mês anterior, 41,3% inferior ao de novembro/2018 e o mais baixo desde setembro/2017. De janeiro a novembro, o Brasil exportou 956,6 mil toneladas de óleo de soja, 26,6% a menos que o de igual período de 2018. Diante da melhora nas condições climáticas no Brasil e da redução nas exportações nesta temporada, os preços de soja registram queda no mercado brasileiro. A queda, por outro lado, é limitada pela valorização nos prêmios de exportação e pelo alto patamar do dólar. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,1%, cotado a R$ 89,70 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 83,98 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores da oleaginosa registram queda de 0,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Nos Estados Unidos, a queda nos preços foi interrompida por novas notícias indicando uma possível aproximação de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. Com isso, o contrato de primeiro vencimento da soja na Bolsa de Chicago, Janeiro/2020, apresenta alta de 0,3% nos últimos sete dias, cotado a US$ 8,84 por bushel. O contrato com vencimento em dezembro/2019 do farelo de soja registra valorização de 1,9%, a US$ 330,14 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja, por sua vez, acumula leve queda de 0,3% no mesmo comparativo, a US$ 667,77 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.