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20/Nov/2019

Soja transgênica: 96% da área na safra 2019/2020

O Brasil cultivará 53,1 milhões de hectares com transgênicos na temporada atual 2019/2020, avanço de 2,6% ante a temporada anterior impulsionado pela adoção de milho e soja geneticamente modificados. Do total projetado, 35,3 milhões de hectares serão semeados com soja (+1,7% ante 2018/2019) – 96% da área total; 16,3 milhões de hectares com milho (+4,5%) – 91% da área total; e 1,45 milhão de hectares com algodão (+1,0%) – 86% da área total. A tendência é de que a taxa de crescimento se mantenha nesse patamar pelos próximos anos, uma vez que as culturas da soja e milho – maiores cultivos transgênicos no Brasil – já atingiram seu limite de adoção. Na safra passada, o Brasil se tornou o maior país do mundo em plantio de soja GM, superando os Estados Unidos.

Além de maior exportador, o Brasil deverá se consolidar em 2019/2020 como o maior produtor global de soja (incluindo o produto convencional), superando os norte-americanos, que sofreram uma quebra por problemas climáticos no atual ciclo. Há perspectivas de novas variedades transgênicas disponíveis aos produtores do Brasil nos próximos anos, como a soja tolerante à seca, desenvolvida em parceria entre TMG e Verdeca. A expectativa quanto à chegada de novas tecnologias vem crescendo no mercado, principalmente com a recente liberação do plantio comercial de variedades de soja resistentes ao herbicida dicamba, a soja Intacta 2 Xtend, da Bayer. Apesar da liberação da soja resistente ao dicamba, produto visto com cautela por alguns produtores, a Bayer prevê que a entrada do pacote tecnológico no mercado brasileiro só acontecerá em 2021, no aguardo da aprovação por parte da China, principal importador global.

Amplamente utilizado nos Estados Unidos, o dicamba foi descrito por agricultores como um produto volátil e que pode facilmente ser espalhado pelo vento, comprometendo a soja não tolerante a ele. Outras tecnologias que estão por vir, como o pacote Enlist, da Corteva, que para a soja combina tolerância ao 2,4-D, glifosato e glufosinato, e para o milho traz ainda uma adicional tolerância ao haloxifope. Tanto a Xtend® quanto a Enlist trarão novas proteínas de resistência a insetos. Isso ampliará a variedade de lagartas-pragas controladas por OGMs na soja e no milho. Apesar de o processamento de cana geneticamente modificada ainda não ser permitido, cultivares já estão sendo plantadas por produtores em áreas de multiplicação de forma controlada. A expansão da área semeada com transgênicos no Brasil deve ocorrer, principalmente, nas fronteiras agrícolas, pela conversão de novas áreas para agricultura. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.