12/Nov/2019

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) avalia que o efeito da guerra comercial entre Estados Unidos e China e da peste suína africana (PSA) na Ásia é incerto para as exportações do complexo soja do Brasil em 2020. Os números estimados até agora são de exportações de soja em grão de 75 milhões de toneladas, acima dos 72 milhões de toneladas previstos para 2019, mas as exportações de farelo de soja estão previstas em 15,3 milhões de toneladas, menores do que os 15,8 milhões de toneladas em 2018. No caso da soja em grão é difícil prever o tamanho da demanda chinesa. Ainda não se sabe com toda a profundidade os impactos da questão sanitária causada pela peste suína africana. Será preciso observar ao longo do tempo.

Quanto à guerra comercial, a entidade trabalha com um cenário de indefinição, apesar das negociações entre China e Estados Unidos para a “Fase 1” de um acordo. No caso de uma resolução, os mercados internacionais voltariam a se normalizar com a retomada da participação norte-americana no fornecimento à China. Isso acaba sendo negativo pelo lado das exportações de soja em grão, mas pode ser positivo para a indústria brasileira, para o aumento do processamento doméstico de soja. No caso do farelo de soja, a disseminação da peste suína africana por outros países da Ásia que não a China tende a afetar o desempenho das exportações brasileiras. A China ainda não é importadora de farelo brasileiro.

Dada a peste suína africana, o Sudeste Asiático vem reduzindo as compras de farelo. Conforme o mais recente levantamento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), há casos da doença na China, Mongólia, Vietnã, Camboja, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Laos, Mianmar, Filipinas e Timor Leste. A expectativa é de uma safra de 122,8 milhões de toneladas no Brasil, acima dos 117,8 milhões de toneladas de 2019 e abaixo dos 123,081 milhões de toneladas de 2018. A soja tem uma janela (de semeadura) grande, é possível esperar o melhor momento para plantar. Deve ser uma boa safra, a não ser que aconteça uma intempérie climática muito forte. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.