ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Nov/2019

Tendência é de sustentação para os preços da soja

A tendência é de sustentação para os preços da soja no mercado interno, com os prêmios mais elevados nos portos, tanto para embarque imediato como para 2020, oferta interna escassa e futuros em patamares mais elevados em Chicago, compensando as perdas recentes do dólar no Brasil. O ritmo de comercialização de soja registra recuo significativo nos últimos dias, devido à disparidade entre os preços indicados por vendedores e compradores. As incertezas quanto à produção mundial da safra 2019/2020 e as desvalorizações do dólar frente ao Real ampliaram a diferença entre os valores. De um lado, os produtores brasileiros se mantêm retraídos nas comercializações dos lotes remanescentes da safra 2018/2019 e limitam a oferta de contratos para 2020. Isso porque, embora as recentes chuvas tenham beneficiado o avanço do semeio no País, as irregularidades climáticas neste ano ainda deixam os produtores preocupados quanto à produtividade, especialmente em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e nas Regiões Norte e Nordeste do País.

Assim, muitos produtores mostram preferência por vender FOB em detrimento de exportar, devido ao preço mais atrativo ofertado pelas indústrias domésticas. Esse cenário é visto especialmente no Paraná, na região de Campos Gerais e em Santa Catarina, na região de Campos Novos. As indústrias, por sua vez, sinalizam estar com os estoques reduzidos de grão, com lotes para esmagar até meados de novembro, apenas. Algumas fábricas têm concentrado o processamento em uma unidade, em decorrência da baixa oferta. Ainda assim, nesses últimos dias, grande parcela de compradores reduziu as aquisições, à espera de preços menores nos próximos dias, fundamentados no avanço dos trabalhos de campo. Se o clima seguir favorável no Paraná, o semeio deve ser finalizado nesta semana nas regiões norte e oeste. No Paraná, 65% da área havia sido semeada até o dia 28 de outubro. Em Mato Grosso, o plantio também se intensificou nos últimos dias e 64,5% da área havia sido semeada até o dia 25 de outubro, abaixo dos 73,2% em igual período de 2018.

No Rio Grande do Sul, o plantio é mais tardio frente ao Paraná e Mato Grosso, mas, nesta temporada, os produtores estão mais adiantados que na safra passada, com 13% da área semeada, acima dos 10% em igual período de 2018. Em Santa Catarina, o plantio está em 30% da área estimada. Na Argentina, as recentes chuvas possibilitam o início do plantgio. No entanto, ainda há incerteza sobre a área a ser cultivada com a oleaginosa, diante do novo governo que assumiu o país vizinho. Quando Cristina Kirchner foi presidente da Argentina, foram criados novos impostos sobre as exportações de commodities agrícolas, o que desestimulou os produtores na época. A Argentina é a principal exportadora mundial de farelo e óleo de soja e, agora, Cristina Kirchner é a nova vice-presidente do governo de Alberto Fernandez. Quanto à safra norte-americana, o clima favoreceu a colheita no país, que chegou a 62% da área, avanço de 16% em uma semana, mas ainda abaixo dos 69% colhidos em igual período de 2018 e dos 78% na média dos últimos cinco anos.

A maior oferta norte-americana atraiu importadores para país. As exportações cresceram 17,8% entre as duas últimas semanas e estão 9,3% superiores às do mesmo período de 2018. No Brasil, embora os preços de soja tenham registrado queda, a média de outubro supera a de setembro, refletindo a maior demanda. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,7%, cotado a R$ 87,38 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,5% nos últimos sete dias, a R$ 82,15 por saca de 60 Kg. A elevação nos prêmios de exportação, por outro lado, impede a queda mais acentuada nos valores domésticos. Considerando-se as médias de setembro e outubro, verificam-se altas de 2,0% e 2,7%. Nos últimos sete dias, a cotação da oleaginosa cedeu 0,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A média mensal, contudo, subiu 2,1%. Na Bolsa de Chicago, dentre as médias de setembro e outubro, o preço do grão subiu 5,4% e os dos derivados, 4,0% para ambos (farelo e óleo). Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.