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04/Nov/2019

Demanda chinesa de soja deve recuar com a PSA

A produção global de carne suína deverá recuar 10% em 2020, acumulando um declínio de 16% desde 2018, em decorrência da redução acentuada da produção da China e em diversos outros países produtores, com os surtos de Peste Suína Africana (PSA) provocando forte liquidação de rebanhos. A maior parte da redução da produção global se deve a um declínio de 25% na produção de carne suína da China em 2020, acumulando uma expressiva retração de 36% desde 2018. As importações da China deverão crescer 35% em 2020, para um recorde de 3,5 milhões de toneladas, respondendo por uma fatia de 35% das importações globais de carne suína. Um ano após o surgimento na China, a Peste Suína Africana (PSA) está levando os preços da carne suína chinesa a níveis recordes, causando uma extensa redução no fornecimento dessa proteína.

Até o início de 2021, o rebanho total de suínos da China deverá cair para 275 milhões de cabeças, 38% abaixo do patamar de 2018, antes do início da crise. Os estoques de suínos da China deverão cair de 441,5 milhões de cabeças ao final de 2018, para 310 milhões de cabeças em 2020 – recuo de 131,5 milhões de animais. A produção de suínos na China deverá recuar de 705 milhões de cabeças em 2017, para 410,0 milhões de cabeças em 2020 – uma perda acumulada de 295 milhões de cabeças (-42%). Essa perda de 295 milhões de cabeças supera em 10% a produção anual de suínos da União Europeia. Entre 2018 e 2020, deverá haver redução de 19,3 milhões de toneladas (-36%) na produção chinesa de carne suína – perdas sem precedentes e sem condições de serem compensadas por outras proteínas.

As importações de carne suína da China deverão crescer 35% em 2020, para o recorde de 3,5 milhões de toneladas, contra 2,6 milhões de toneladas previstas para 2019 e 2,181 milhões de toneladas em 2016. A China aumentou as importações nos últimos 10 anos e agora é a maior importadora global de carnes. Ainda assim, o consumo doméstico de carne suína da China deve recuar 7,6 milhões de toneladas. Uma recuperação do rebanho de suínos da China poderá levar entre três a até cinco anos. O preço médio nacional da carne suína na China em outubro deste ano está 84% acima do mesmo período do ano passado. Considerando uma formulação de 66% de milho e 24% de farelo de soja para a alimentação animal, o impacto é severo sobre as importações chinesas de soja e sobre o comércio global da oleaginosa. Fontes: USDA, FAO e Cogo Inteligência em Agronegócio.