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04/Nov/2019

Óleo de soja: mistura B15 elevará o esmagamento

A previsão de se chegar o B15 em 2023 deve elevar o consumo de biodiesel para acima de 9 bilhões de litros por ano, lembrando que essa demanda está totalmente atrelada ao desempenho da economia, que afeta o consumo de diesel. Caso o Brasil registre taxas de crescimento mais elevadas do que as previstas atualmente nos próximos 4 anos, o consumo de biodiesel, por meio da mistura no diesel, pode ser até maior. Em relação às matérias primas utilizadas para a produção do biocombustível, o óleo de soja deve continuar predominante, mesmo com o potencial de uso de outros óleos/gorduras. Em 2018, 70% do biodiesel produzido no país teve como matéria prima o óleo de soja. A cada 1% de aumento na mistura, se exige mais 570 mil toneladas de óleo de soja, ou 3 milhões de toneladas do grão.

Considerando somente os 70% designados como óleo de soja e que esse percentual vai se manter até a entrada em vigor do B15, em 2023, a demanda de soja somente para a produção de biodiesel superaria 30 milhões de toneladas de esmagamento, enquanto o estimado para 2019 ficou em 19,6 milhões de toneladas. Esse volume considera uma necessidade de esmagamento para a produção de 23,7 milhões de toneladas de farelo de soja e de 5,7 milhões de toneladas de óleo de soja. O aumento da mistura de biodiesel no diesel tem grande potencial para reforçar o consumo interno de óleo de soja, já que as exportações e o consumo humano interno no Brasil estão perdendo espaço desde a década passada. A mistura B15, consequentemente, deve elevar a necessidade de soja para ser esmagada.