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28/Out/2019

Tendência de sustentação com a alta dos prêmios

A tendência é de sustentação para os preços da soja no mercado brasileiro, com os prêmios voltando a subir nos portos, tanto para embarques imediatos como para a safra nova. Os futuros recuaram em Chicago e o dólar passou a cair e se aproximar do patamar de R$ 4 nesta última semana, o que reduz a paridade de exportação. O dólar voltou a cair frente ao Real na sexta-feira (25/10), chegando a novamente ceder abaixo do suporte psicológico de R$ 4, em um dia positivo para ativos de risco no exterior e com expectativas de melhora no fluxo cambial local. Na sexta-feira (25/10), o dólar à vista caiu 0,88%, para R$ 4,0094. É o menor valor para um fechamento desde 16 de agosto. Na mínima do dia, a cotação foi a R$ 3,9925, o menor nível intradia desde 19 de agosto. No acumulado da última semana, o dólar à vista recuou 2,67%, maior queda para o período desde a semana encerrada em 1º de fevereiro.

O clima está favorecendo o plantio da soja na América do Sul e a colheita nos Estados Unidos. No Brasil e no Paraguai, as recentes chuvas melhoraram a umidade do solo e, na Argentina, os produtores se preparam para iniciar o cultivo da oleaginosa. De modo geral, previsões indicam chuvas na maior parte das regiões produtoras do Brasil nos próximos dias, o que deve favorecer a continuidade do plantio da oleaginosa. Em Mato Grosso, na região norte e nas principais localidades que também cultivam o algodão, como Sapezal, Campo Verde e Campo Novo do Parecis, a umidade do solo está boa. Esse cenário anima os produtores, tendo em vista que o semeio de soja voltou a ficar dentro da normalidade, o que deve permitir o cultivo de algodão após a colheita da oleaginosa. No Rio Grande do Sul, os trabalhos de campo da nova temporada estão no início, mas devem ser intensificados nos próximos dias. As chuvas intercaladas de sol têm favorecido as atividades e as lavouras.

No Paraná, o plantio está mais adiantado na maioria das regiões, mas ainda haverá necessidade de replantios em algumas propriedades. Nestes casos, a situação deve ficar mais clara nos próximos dias, uma vez que as chuvas devem permitir a germinação de parcela das sementes ainda no solo. Em Minas Gerais e São Paulo, de modo geral, as atividades de campo estão avançando, mas os produtores seguem atentos ao clima, à espera de chuvas mais volumosas. Em Goiás e Mato Grosso do Sul, as atividades estão mais lentas, já que ainda há necessidade de umidade de solo. Na Bahia, os produtores estão com as atividades avançadas. Possíveis chuvas nos próximos dias devem beneficiar essas lavouras. No Maranhão, a baixa umidade ainda preocupa. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita no país passou de 26% na semana passada para 46%, mas ainda abaixo dos 51% em igual período de 2018 e dos 64% da média dos últimos cinco anos.

Mesmo com o maior nível pluviométrico no Brasil, ainda há incertezas quanto ao volume a ser produzido na safra 2019/2020. Com isso, os produtores seguem reticentes nas negociações, tanto do estoque da temporada 2018/2019, quanto de contratos a termo para 2020. A paridade de exportação, no Porto de Paranaguá (PR), indica preços entre R$ 89,12 e R$ 90,06 por saca de 60 Kg, para entrega em março/2020 e maio/2020. Para este cálculo foi utilizado o dólar futuro negociado na B3. Referente às entregas em 2019, a paridade indica preços de R$ 92,92 por saca de 60 Kg, para entrega em novembro e a R$ 92,48 por saca de 60 Kg em dezembro. No mercado spot, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,3%, cotado a R$ 88,91 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 83,44 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, a cotação da oleaginosa registra recuo queda de 0,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Essas quedas estiveram atreladas à forte depreciação do dólar frente ao Real. A baixa nos preços domésticos, no entanto, é limitada pela elevação dos prêmios brasileiros. No Porto de Paranaguá, o embarque em novembro/2019 da soja em grão subiu para +US$ 1,10 por bushel. Os prêmios de exportação dos derivados também estão em alta, porém, não na mesma proporção da matéria-prima, resultando em menor margem de lucro das indústrias. Para novembro, a margem fica negativa em US$ 4,37 por tonelada, considerando-se os preços FOB. Para os contratos março e abril do próximo ano, embora a margem de lucro ainda esteja positiva, há forte queda de 12% nos últimos sete dias.

No mercado spot, os preços dos derivados estão praticamente estáveis, visto que as indústrias têm baixo estoque de óleo para comercializar e esperam ganhar maior fatia nas exportações de farelo de soja para a China. Vale ressaltar que os prêmios brasileiros não apresentam deságio sobre a Bolsa de Chicago, a qual registra, na parcial deste mês, o maior patamar desde maio/2018, em termos nominais, para o primeiro vencimento. Essa alta está atrelada à maior demanda chinesa pela oleaginosa norte-americana. Na parcial desta temporada, as exportações estão 7,2% maiores que as do mesmo período de 2018. Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2019 da soja registra avanço de 0,2% nos últimos sete dias, cotado a US$ 9,33 por bushel. O contrato com vencimento em dezembro/2019 do óleo de soja apresenta forte valorização de 3,1%, a US$ 690,92 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do farelo de soja registra leve recuo de 0,4%, cotado a US$ 336,86 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.