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10/Out/2019

Preços da soja firmes com alta externa e do dólar

No mercado físico brasileiro, os preços da soja estão firmes, diante das altas dos futuros em Chicago e do câmbio próximo dos R$ 4,10. O dólar fechou a R$ 4,09, valorização de 0,09%. Os futuros de soja fecharam em alta nesta quarta-feira (09/10), com relatos de que a China pretende aumentar suas compras de soja dos Estados Unidos. De acordo com o Financial Times, o país asiático está propondo elevar em 10 milhões de toneladas suas compras anuais do grão norte-americano. A oferta faz parte de uma tentativa do governo chinês de fechar um acordo comercial parcial com os Estados Unidos e assim evitar novo aumento de tarifas norte-americanas sobre bens chineses no dia 15 de outubro. O vencimento novembro ganhou 3,25 cents (0,35%) e fechou a US$ 9,23 por bushel. Os ganhos também foram sustentados pela previsão de tempestade de neve nesta semana no norte das Grandes Planícies dos Estados Unidos.

A piora na qualidade e o atraso na safra norte-americana e o frio e a neve previstos para os Estados Unidos dão suporte aos futuros de soja na Bolsa de Chicago, assim como a preocupação com as condições secas no Brasil. Os investidores, contudo, seguem à espera do relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga nesta quinta-feira (10/10). As atualizações nas previsões do tempo mostraram tempestades de neve mais intensas chegando pelas Dakotas, que podem provocar uma cobertura de 45 a 50 cm. Preocupa bastante a possibilidade da entrada dessa nevasca sobre regiões chave da agricultura norte-americana. Traders temem que as nevascas atinjam não só Dakotas e Minnesota, como já vinha ocorrendo, mas cheguem também a Iowa, Wisconsin e Nebraska, o que poderia afetar uma parcela maior da safra dos Estados Unidos.

Nevascas são normais entre o fim de outubro e a primeira metade de novembro no centro-norte do cinturão agrícola, mas elas podem acontecer mais cedo. Existe ainda a possibilidade de geada em pontos do oeste do cinturão. Os problemas climáticos nos Estados Unidos não foram embora. O mercado está adicionando prêmio de risco às cotações não só por causa do frio nos Estados Unidos, mas também por causa do clima seco no centro do Brasil, que deve atrapalhar o plantio na segunda metade de outubro. No corredor desde o sul de Minas Gerais até o noroeste de Mato Grosso, há uma faixa de chuvas que vai trazer entre 15 mm e 40 mm para todas essas regiões, o que vai proporcionar germinação naquelas áreas que já estão semeadas e um avanço mais agressivo no plantio. Mas já na próxima semana um padrão mais seco volta a se desenvolver para todo o centro do Brasil, o que gera bastante preocupação para o mercado.

No mercado interno, no Paraná, na região de Ponta Grossa, a indicação de compra é de R$ 83,00 por saca de 60 Kg para entrega em outubro e pagamento no fim de novembro. No Porto de Paranaguá (PR), saem acordos por R$ 87,00 por saca de 60 Kg nos mesmos prazos. Para exportação, só que com retirada nos Campos Gerais, compradores oferecem R$ 83,00 por saca de 60 Kg, com embarque em outubro e pagamento no fim de novembro. Para a safra 2019/2020, há indicações de R$ 82,00 por saca de 60 Kg para entrega em abril e pagamento em maio em Ponta Grossa. Em Mato Grosso do Sul, o comprador indica R$ 79,00 a R$ 79,50 por saca de 60 Kg FOB base Dourados para retirada em outubro e pagamento no fim de outubro. Quanto à safra 2019/2020, a indicação de compra é de R$ 73,50 por saca de 60 Kg para retirada em fevereiro e pagamento em março em Dourados.