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07/Out/2019

Tendência de alta nos mercados interno e externo

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com as cotações futuras do grão e dos derivados subindo em Chicago, dólar acima do patamar de R$ 4 e demanda interna aquecida, apesar do recuo acentuado dos prêmios nos portos brasileiros. A liquidez está maior no mercado de soja, com negócios para pronta entrega e para novembro. Os vendedores aproveitaram as altas verificadas nos preços internacionais e, consequentemente, domésticos. Nos últimos dias, porém, o ritmo de negociação está menor, visto que os produtores, preocupados com o clima, estão afastados do mercado. A umidade do solo dificulta o plantio em regiões liberadas para cultivo da nova temporada. A alta no preço interno é verificada mesmo com a desvalorização do dólar nos últimos sete dias e com a redução nos prêmios de exportação no Brasil. A alta na Bolsa de Chicago, por sua vez, está atrelada à maior demanda pelo produto norte-americano.

Segundo o relatório de inspeção e exportação divulgado no dia 30 de setembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques de soja da temporada 2019/2020 estão 6% superiores aos do mesmo período de 2018, sendo a maior parte das vendas destinadas à China. A China sinaliza intenção de firmar um acordo comercial com o governo norte-americano. Nos últimos sete dias, o contrato Novembro/2019 da soja registra avanço de 2,6%, a US$ 9,11 por bushel. O contrato com vencimento em outubro/2019 do farelo de soja apresenta avanço de 2,5%, a US$ US$ 328,49 por tonelada. Em relação ao óleo de soja, há leve aumento de 0,2% para o mesmo contrato, a US$ 640,66 por tonelada. O movimento altista na Bolsa de Chicago, no entanto, foi limitado pelos altos estoques remanescentes da safra 2018/2019 e pelo início da colheita de soja nos Estados Unidos. O relatório de acompanhamento de safras do USDA indica que, até o dia 29 de setembro, 7% da área foi colhida, abaixo dos 22% e igual período de 2018 e dos 20% na média dos últimos cinco anos.

No Brasil, o cultivo da temporada 2019/2020 segue lento. Ainda assim, com chuvas esparsas, os produtores do Paraná e de Mato Grosso estão semeando, com expectativa de maior volume pluviométrico nos próximos dias. Segundado o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), há previsão de chuvas no início desta semana em praticamente todo o Paraná, Mato Grosso, São Paulo, em Triângulo Mineiro (MG) e em Rio Verde (GO). No Paraná, a estimativa é de que, da área de 5,49 milhões de hectares a serem semeadas nesta temporada, apenas 540 mil hectares foram semeados até o dia 30 de setembro, contra 1,6 milhão de hectares no mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso foi semeado apenas 1,7% das 9,722 milhões de hectares estimados, abaixo dos 4,3% de igual período no ano passado. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,5%, cotado a R$ 87,28 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,6% nos últimos sete dias, a R$ 81,51 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a cotação da oleaginosa registra aumento de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Quanto aos derivados, nos últimos sete dias, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra avanço de 2,9%, a R$ 3.280,60 por tonelada. Os preços de farelo apresentam leve aumento de 0,7%. É importante ressaltar que os preços de farelo de soja no Brasil vêm se sustentando mesmo com a expressiva queda nos prêmios de exportação. O prêmio de farelo de soja, em Paranaguá (PR), com embarque em novembro/2019 está sendo ofertado a - US$ 24,00 por tonelada, o menor valor histórico (2004) quando comparado a este mesmo período dos anos anteriores. Em setembro, o Brasil embarcou apenas 4,44 milhões de toneladas de soja grãos, o menor volume desde janeiro deste ano, 16,4% abaixo do de agosto e 3,1% inferior ao de setembro de 2018.

Na parcial do ano, saíram dos portos brasileiros 63,82 milhões de toneladas do grão, 7,8% inferior aos 69,18 milhões escoados em igual período de 2018. Os embarques de óleo de soja também foram menores, especialmente porque a oferta deste subproduto está reduzida no País. Em setembro, as vendas somaram 81,89 mil toneladas, 17,8% inferiores às de agosto e 3,2% menores que as de setembro/18. Na parcial do ano, as exportações de óleo totalizam 922,26 mil toneladas, 23,2% inferiores às do mesmo período de 2018. Embora as exportações de farelo de soja também tenham caído 4,3% em setembro, somando 1,3 milhão de toneladas, as vendas aumentaram 2,1% em relação a setembro/2018. De janeiro a setembro, as vendas externas somam 12,44 milhões de toneladas, 4,6% inferiores às do mesmo período de 2018. Vale ressaltar que, em setembro, nem mesmo a significativa valorização do dólar frente a uma cesta de moedas estimulou as vendas. A moeda norte-americana teve média mensal de R$ 4,12, 2,5% superior à de agosto. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.