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30/Set/2019

Tendência de alta da soja com a retração da oferta

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com ofertas restritas, vendedores retraídos, dólar em patamares elevados, cotações futuras mais estáveis, valores mais altos para as vendas futuras e entressafra doméstica. A dificuldade em avançar com o plantio de soja no Brasil e as incertezas quanto à relação comercial entre os Estados Unidos e a China deixam os produtores nacionais afastados das negociações no spot e para a safra 2019/2020. Vale lembrar que muitos produtores já garantiram a venda de parte da safra 2019/2020 por meio de contratos a termo, deixando, inclusive, as vendas deste ano acima das observadas no mesmo período de 2018. Por isso, para este último trimestre, o ritmo de negócios deve ser menor, o que é comum a época. No geral, outro fator que mantém os produtores cautelosos desde 2018 é a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Os compradores, por sua vez, estão mais ativos, especialmente para fechar contratos a termo, visando o recebimento no primeiro trimestre de 2020.

Para curto prazo, há demanda de lotes pequenos, apenas para completar cargas de exportação. Esse cenário tem elevado os preços do grão. Nos portos, os contratos para entrega em novembro no Porto de Paranaguá (PR) são ofertados acima dos R$ 90,00 por saca de 60 Kg. A paridade de exportação indica preços acima de R$ 91,00 por saca de 60 Kg, considerando-se o dólar futuro na B3 (contato Novembro/2019). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,6%, cotado a R$ 86,86 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ também registra avanço de 1,6% nos últimos sete dias, a R$ 89,99 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa apresentam aumentos de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

A alta nos valores do grão, por sua vez, está impedindo quedas acentuadas nos preços dos derivados, uma vez que a procura pelos subprodutos está menor nos últimos dias. Representantes de esmagadoras sinalizam já ter comprometido grande parte da produção de óleo de soja, até meados de outubro, com as indústrias de biodiesel, reduzindo as negociações no mercado spot. Assim, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), está cotado a R$ 3.188,10 por tonelada, leve recuo de 0,4% nos últimos sete dias. Quanto ao farelo de soja, uma parcela dos consumidores sinaliza estar abastecida pelo menos para o próximo mês e outra parte indica ter estoque para consumir até meados de novembro. Ainda assim, o preço do farelo de soja apresenta pequeno avanço de 0,5%. No campo, houve registros de chuvas em parte de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No entanto, as precipitações foram esparsas e insuficientes para o avanço expressivo no plantio. Entretanto, os produtores seguem com as atividades de campo, mesmo que a ritmo lento. No mercado externo, os contratos futuros do complexo soja estão mais estáveis, com altos estoques de soja e incertezas quanto às negociações comerciais entre os Estados Unidos e China. A China já indica estar adquirindo maiores lotes do Estados Unidos. Segundo o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 922,5 mil toneladas de soja foram escoadas na semana passada, 38% a mais que na anterior e 28% superior ao exportado em igual período de 2018. Assim, nos últimos sete dias, o contrato Novembro/2019 da soja registra leve queda de 0,5%, a US$ 8,88 por bushel. O contrato Outubro/2019 do farelo de soja também apresenta recuo de 0,5%, cotado a US$ 320,55 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja registra desvalorização de 2,7%, indo para US$ 639,55 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.