25/Set/2019

A Cofco está investindo US$ 27 milhões no Brasil na área de biodiesel e armazenagem. A empresa chinesa aumentou a capacidade da sua fábrica de biodiesel em Rondonópolis (MT) e iniciará ainda este ano a construção de um duto para transportar o biocombustível diretamente aos clientes localizados próximos da unidade. Essa obra deve ser concluída no ano que vem. Há três semanas, a Cofco começou a erguer um armazém na localidade de Carlinda, perto de Alta Floresta, em Mato Grosso. Para o biodiesel, a ampliação da unidade de Rondonópolis permitiu um aumento de 42% na capacidade de produção, e este é o primeiro ano de plena capacidade. A fábrica abriu operações com capacidade de 216 milhões de litros por ano. Para este ano, com as ampliações, a produção será de 306 milhões de litros.

Isso acontece sob o contexto do aumento do mandato (mistura de biodiesel no diesel), no qual o governo tem um compromisso já assinado e que se encaixa em todos os movimentos de sustentabilidade do Acordo de Paris e do Renovabio. Quando o duto entrar em operação em 2020, terá capacidade para transportar 100% da produção da fábrica. A empresa projeta economias de custo e ganhos ambientais. Não haverá custo para mandar combustível para outro lugar. Esta será a primeira usina de biodiesel com modal de distribuição logístico diferente de caminhão e vagão. Trata-se de uma contribuição à eficiência logística, excluindo a possibilidade de interrupção de atividade em função de greves e desastres naturais, e, ao mesmo tempo, mais sustentável, com a diminuição das emissões de CO2. Quanto aos investimentos em armazenagem, a empresa espera ter o armazém de Carlinda (MT) pronto no meio do ano que vem para abrigar a 2ª safra de milho 2020, mas a velocidade da obra dependerá das condições climáticas.

Na safra 2018/2019, a empresa já havia inaugurado um armazém em Nova Santa Helena (MT), usado tanto para soja quanto para milho. Tanto o armazém de Carlinda quanto o de Nova Santa Helena têm capacidade em torno de 70 mil toneladas. A estratégia de investimento não é chegar num Estado e comprar 50 silos. O investimento é feito em áreas onde existe demanda por armazenagem. Tanto o armazém já em operação como o que começou a ser construído atenderão à exportação de grãos da trading pelos portos do Arco Norte. A Cofco pretende reforçar seu compromisso com sustentabilidade, em especial o financiamento de US$ 2,3 bilhões vinculado a metas de sustentabilidade assinado junto a 21 bancos internacionais. Foram aliados o nível de sucesso em taxas de juro aos indicadores-chave de desempenho (KPIs) de sustentabilidade.

No Brasil, parte dos recursos será aplicada em iniciativas de rastreabilidade da oleaginosa brasileira. Em toda soja que a empresa pré-financia é feita a rastreabilidade. Agora, isso será feito nos negócios no mercado à vista, que não envolvem pré-financiamento. A empresa afirma não acreditar que as críticas internacionais ao desmatamento no Brasil prejudicarão as exportações de soja do País. Isso tem afetado mais outras áreas, principalmente a indústria coureiro-calçadista, e pode ter alguma questão que afete a indústria de carnes. No caso da soja, já se trabalha com a Moratória da Soja no Bioma Amazônico, então o cliente já sabe que, quando compra soja brasileira, está levando soja sustentável, não está levando soja de áreas desflorestadas ilegalmente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.