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24/Set/2019

Semeadura da soja é lenta pela falta de umidade

Em pleno início de plantio de soja em algumas regiões produtoras, a semeadura ainda é lenta por causa do baixo nível de umidade no solo. Nas regiões que tradicionalmente começam os trabalhos: oeste do Paraná e oeste e norte de Mato Grosso, ainda não choveu o suficiente para dar segurança aos sojicultores em colocar as máquinas semeadoras para rodar. O vazio sanitário, período em que não é possível manter plantas vivas para evitar a doença da ferrugem asiática da soja, terminou no dia 10 de setembro no Paraná e em 15 de setembro em Mato Grosso. Desde então, porém, os produtores ainda não conseguiram plantar grandes extensões. Na região oeste do paraná, algumas áreas receberam precipitações nos últimos dias e a situação pode mudar. Em Mato Grosso, os produtores aguardam um aumento da umidade para iniciar a safra 2019/2020.

Nas regiões que plantam mais cedo, como o oeste do Paraná, a semeadura segue bem tímida, pois a maioria dos produtores está esperando uma boa chuva. Como ocorreram pancadas isoladas e há uma melhora na previsão, alguns estão plantando, mas não no ritmo do ano passado. Em Mato Grosso, na região oeste, em Sapezal, na BR-163, que plantam cedo, há somente reportes pontuais, uma ou outra área de pivô e um ou outro grande grupo, mas nada em grandes proporções. Em Mato Grosso, as chuvas ainda não dão sinal de regularização e os produtores não querem arriscar e perder a semente. O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná (Seab) contabilizava só 21.208 hectares semeados de soja no Estado, ou menos de 1% da área prevista para 2019/2020, de 5,473 milhões de hectares. Mas, as chuvas do meio para o fim da semana passada, assim como a perspectiva de mais umidade até o fim de setembro, podem estimular produtores.

O boletim mensal que será divulgado na quinta-feira (26/09) deve mostrar um avanço. As áreas do Paraná, que tradicionalmente plantam no atual período são o oeste, principalmente a região de Cascavel e Toledo, e parte do sudoeste do Estado. Em igual período do ano passado, 10% da área já havia recebido sementes (500 mil hectares). A preocupação paira principalmente em relação ao calendário de milho, porque nos dez dias após o fim do vazio sanitário foi possível plantar pouca soja no oeste do Paraná. Isso não significa, entretanto, que a semeadura de milho de inverno necessariamente vai ultrapassar o calendário ideal, até o fim de fevereiro. Os produtores queriam plantar cedo para ter uma "folga" no calendário para concluir os trabalhos da soja dentro de um período que permita semear o cereal com tranquilidade. Agora, está mais apertado. Na região de Cascavel, a safra de verão (1ª safra 2019/2020) começou a ser implantada com falta de umidade adequada.

Desde o último dia de agosto, até o dia 19 de setembro, no âmbito dos municípios da regional de Cascavel, o volume de precipitação varia entre 27 mm e 59 mm. Porém, como foram chuvas esparsas, tal volume de precipitação irregular está dificultando o plantio. Com a previsão de chuva, em volume mais expressivo, no decorrer desta semana, os produtores estão intensificando a semeadura. Em Mato Grosso, 0,28% da área prevista, de 9,722 milhões de hectares, foi plantada, e todas as regiões do Estado tinham menos de 1% da área semeada, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Setembro começou muito seco e continua dessa forma. Apesar de haver relatos de chuva em algumas regiões, o volume ainda é insuficiente para que o plantio realmente comece. A semeadura que aconteceu foi em grande parte em áreas irrigadas, mas não houve um avanço tão significativo quanto no ano passado, quando as chuvas começaram bem mais cedo.

O que preocupa agora é a previsão para os próximos 30 dias. Até o momento, o volume de chuva previsto ainda não é grande. A maioria dos produtores tende a aguardar uma estabilização das chuvas ou pelo menos um volume maior de umidade para começar o plantio, mas alguns necessitam "plantar no pó" (jogar as sementes no solo na expectativa de chuvas) em virtude de limitações na sua programação de maquinário para a temporada. Há um volume que conseguem plantar por dia e têm uma janela delimitada: precisam começar até determinado dia para finalizarem dentro do período desejado e conseguirem colher a soja no intervalo específico que têm para cumprir contratos lá na frente. Alguns produtores vão plantar depois algodão e outros, milho. Os produtores adquiriram apenas uma parte dos insumos da 2ª safra, o que permite alguns ajustes no planejamento caso a semeadura atrase por um atraso na soja.

O produtor pode optar por diminuir área ou diminuir tecnologia caso sinta que o plantio vai fugir muito da janela. A área já plantada de soja está atrás de igual período do ano passado (0,83%) e da média de cinco anos (0,61%), mas neste momento ainda não é possível falar em atraso expressivo. Se chover nas próximas semanas, a evolução da velocidade de plantio é muito mais rápida do que há cinco anos, então talvez consiga recuperar o ritmo ainda. Em outras áreas de cultivo importantes, como o Rio Grande do Sul, que no ano passado se tornou o segundo maior produtor de soja, e as regiões norte e centro-sul do Paraná, a soja costuma ser plantada após a retirada do trigo, em geral em outubro. Nos Estados do MATOPIBA, o vazio sanitário só acaba no fim do mês em Tocantins e no Maranhão; em 7 de outubro na Bahia e em 15 de outubro no Piauí. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.