ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Set/2019

Tendência de alta do preço no curto e longo prazo

A tendência é altista no médio e longo prazo para os preços da soja no mercado brasileiro, com mais uma redução na projeção da produção dos EUA na safra 2019/2020, alta do dólar que permanece acima do patamar de R$ 4 no Brasil e prêmios ainda elevados nos portos brasileiros. A alta dos futuros da soja em grãos também está sendo impulsionada pelo adiamento do aumento de tarifas dos EUA sobre algumas importações chinesas e a retomada das compras de produtos agrícolas dos EUA por parte da China, incluindo itens como soja e carne suína. Os EUA poderão oferecer um acordo comercial limitado à China e há um interesse mútuo em reduzir as tensões comerciais, mas o avanço dos surtos de Peste Suína Africana emperra a expansão da demanda global por farelo de soja.

No Porto de Paranaguá, o prêmio para embarque imediato da soja em grãos está cotado em +US$ 1,20/bushel, enquanto outubro/2019 está cotado a +US$ 1,00/bushel e março/2020 (nova safra) está no patamar de +US$ 0,48/bushel, o que segue impactando negativamente no interesse do produtor em efetuar mais vendas antecipadas da safra 2019/2020. Nos últimos dias, entretanto, a desvalorização do dólar frente ao Real tem pressionado as cotações domésticas da soja em grão. As quedas nos preços, no entanto, são limitadas pela alta nos futuros negociados na Bolsa de Chicago. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os estoques de passagem do país para a temporada 2019/2020 devem cair 15,8%, ficando, agora, 36,3% menores que os previstos para a safra 2018/2019, que se encerra neste mês.

Também foram reduzidas as estimativas de estoques de passagens da temporada 2019/2020 para a Argentina, China e União Europeia, mas, para o Brasil, a previsão foi elevada. No agregado, os estoques mundiais do grão em 2019/2020 devem ficar 11,8% inferiores aos da temporada anterior, sendo suficientes para atender 28,1% da demanda (tanto para processamento quanto para consumos humano e animal), a menor relação desde 2015/2016. A produção mundial da soja em grão foi reduzida para 341,388 milhões de toneladas. Essa queda se deve, principalmente, à estimativa de menor produção norte-americana (98,8 milhões de toneladas), devido aos problemas climáticos durante o desenvolvimento das lavouras. Este volume é 20,1% inferior ao da safra 2018/2019.

Até o dia 8 de setembro, da área semeada, 55% estavam em situação boas e excelentes, 33%, médias e 12%, ruins ou muito ruins. As exportações norte-americanas foram mantidas em 48,3 milhões de toneladas. O esmagamento global foi estimado em 306,2 milhões de toneladas de soja, 2,2% maior que o da temporada anterior. A expectativa é que as transações mundiais subam 1,1%, atingindo recorde de 148,2 milhões de toneladas, puxado por maiores volumes de todos os principais compradores externos. Quanto aos derivados, houve reajuste na produção mundial de farelo de soja para 239,963 milhões de toneladas, com maiores esmagamentos nos principais países com capacidades para esta finalidade, com exceção da União Europeia.

As transações de farelo de soja também seguem ativas, com maiores compras de todos os principais importadores mundiais. A produção mundial de óleo de soja deve crescer 2,2% na safra 2019/2020, para 57,25 milhões de toneladas, e o consumo, 4,4% maior, para 57,11 milhões de toneladas. As transações internacionais são estimadas em 11,6 milhões de toneladas, avanço de 6,5% sobre a temporada anterior. O plantio da safra 2019/2020 já está iniciando em algumas cidades da região oeste do Paraná. Muitos estão cautelosos, aguardando maiores volumes de chuvas para iniciar os trabalhos de campo. Quanto aos derivados, o preço do farelo de soja apresenta baixa de 1,0% nos últimos sete dias. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), por outro lado, está cotado a R$ 3.140,56 por tonelada, aumento de 1,5% no mesmo comparativo. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.