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26/Ago/2019

Tendência de alta dos preços com demanda firme

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com cotações futuras mais estáveis, dólar acima de R$ 4 no Brasil, prêmios em alta nos portos brasileiros e oferta escassa nesta entressafra. A valorização do dólar, o baixo excedente da soja brasileira e a expectativa de maiores demandas externa e interna têm impulsionado os preços da soja no Brasil. Os valores médios da parcial deste mês, inclusive, já são os maiores deste ano, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de julho/2019). A moeda norte-americana atingiu R$ 4,07, o maior patamar desde 20 de maio deste ano. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 1,1%, cotado a R$ 86,33 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 2,8% nos últimos sete dias, a R$ 80,55 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram alta de 1,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No spot, os produtores brasileiros estão retraídos das comercializações de grandes lotes, na expectativa de novas altas. Esses agentes também estão atentos à redução da relação estoque/consumo final nesta temporada nacional (2018/2019), que deve ser a menor das últimas três safras, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e ao maior custo das aquisições de insumos, especialmente de fertilizantes, para a da safra 2019/2020. A estimativa é de que, entre as safras 2018/2019 e 2019/2020, os preços dos insumos adquiridos pelos produtores das regiões de Londrina (PR) e Cascavel (PR) aumentem 6% (considerando aquisições de insumos entre março e julho de 2018 e no mesmo período de 2019). Nas regiões de Sorriso (MT) e de Primavera do Leste (MT), o custo para produzir soja deve subir aproximadamente 7,5%, também quando consideradas as safras 2018/2019 e 2019/2020.

Enquanto no spot as negociações têm sido pontuais, para entrega em 2020, alguns agentes estão mais ativos. As indicações de venda para entrega em setembro e outubro/2019 chegam a R$ 90,00 por saca de 60 Kg, mas os compradores indicam R$ 87,00 por saca de 60 Kg. A paridade de exportação no Porto de Paranaguá (PR), indica preços a R$ 90,69 por saca de 60 Kg para setembro/2019 e a R$ 92,48 por saca de 60 Kg para outubro/2019, considerando-se os respectivos valores do dólar futuro, de R$ 4,07 e de R$ 4,08, negociados no dia 22 de agosto na B3. Para 2020, a paridade indica R$ 86,23 por saca de 60 Kg para fevereiro, R$ 85,37 por saca de 60 Kg para março, R$ 85,37 por saca de 60 Kg para abril, R$ 85,84 por saca de 60 Kg para maio e acima de R$ 87,00 por saca de 60 Kg para os contratos de junho e julho. Nos Estados Unidos, o clima desfavorável ao desenvolvimento da soja pode reduzir com força a produtividade e a qualidade do grão, influenciando ainda mais os valores da oleaginosa na América do Sul.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, até o dia 18 de agosto, 53% das lavouras do país estavam entre boas e ótimas condições, queda de 1% em relação ao apresentado na semana anterior; 33% em condições médias e 14%, em situação ruim ou muito ruim, aumento de 1%. Na Bolsa de Chicago, o contrato setembro/2019 da soja e do óleo registram recuo de 0,2% e 1,8% nos últimos sete dias, com respectivos fechamentos a US$ 8,56 por bushel e a US$ 629,19 por tonelada. O farelo de soja está cotado a US$ 323,75 por tonelada, aumento de 0,7% no mesmo período. A queda dos preços norte-americanos foi limitada também pela maior demanda externa. Conforme o relatório de inspeção e exportação divulgado no dia 22 de agosto pelo USDA, os embarques de soja cresceram 22,5% entre as duas últimas semanas.

Na última semana, as exportações aumentaram 42,9% frente às do mesmo período de 2018. Ainda assim, na parcial desta temporada, os Estados Unidos escoaram apenas 43,48 milhões de toneladas, quantidade 20,4% inferior aos 54,61 milhões de toneladas exportados em igual período na safra passada. Quanto ao mercado de derivados no Brasil, a alta nos preços do grão está sustentando os valores do farelo e impedindo a queda mais acentuada nos preços do óleo. Nos últimos sete dias, o farelo de soja apresenta leve valorização de 0,5%. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), está cotado a R$ 3.008,06 por tonelada, recuo de 0,5% no mesmo comparativo. Grande parte dos consumidores de farelo e óleo de soja adquiriu maiores lotes em semanas anteriores e, agora, indica necessidade em fazer novas aquisições apenas para setembro. Fonte: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.