ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Ago/2019

EUA: suspensão da China pode ter efeito limitado

A confirmação pela China de que não comprará produtos agrícolas dos Estados Unidos pressionou os futuros na Bolsa de Chicago, mas a queda foi limitada por preocupações com a safra norte-americana. Nesta terça-feira (06/08), o contrato de soja com vencimento em novembro, o mais líquido, caiu 3 cents (0,35%) e terminou a sessão em US$ 8,65 por bushel. Na segunda-feira (05/08) havia fechado quase estável. Por outro lado, os prêmios no Brasil estão em alta, com o redirecionamento da demanda chinesa para o País. Contudo, não devem chegar aos patamares do ano passado, com a maior oferta da Argentina e pelo fato de a febre suína africana (PSA) ter reduzido o rebanho em países da Ásia. O clima mais seco nos Estados Unidos, após todos os problemas causados pelo excesso de chuva ao plantio da safra norte-americana, tirou o peso da notícia baixista da China, de se ausentar das compras nos Estados Unidos.

Mesmo com toda essa frustração por conta das negociações, o mercado está vivendo uma janela de influência do clima. Para os próximos 10 dias estão previstos volumes máximos de 15 mm no cinturão agrícola norte-americano. Além disso, são esperadas temperaturas altas, embora não fora do normal, em áreas que precisam de chuva. Contudo, a notícia de que a China suspendeu compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos é negativa para os preços na Bolsa de Chicago, ao afastar a possibilidade de novas aquisições de estatais chinesas e de que compras sem tarifas sejam autorizadas para empresas privadas na China, o que chegou a ser aventada nas últimas semanas. A China já vinha favorecendo o comércio de soja com Brasil e Argentina, mas a confirmação da ausência chinesa faz com que investidores alimentem ainda menos expectativa de redução dos estoques norte-americanos. O acirramento da guerra comercial já estava sendo embutido nos preços na Bolsa de Chicago, desde que a última rodada de negociações, no começo da semana passada, não trouxe novidades significativas.

Além disso, foram anunciadas novas tarifas por parte dos Estados Unidos. Do fim de julho para cá, as cotações tinham caído muito. Quando veio essa notícia de que a China não iria mais comprar nos Estados Unidos, não tinha tanto espaço para recuar. Mas, há dúvida se é para valer essa notícia. Assim que saiu a notícia de que a China poderia desistir de comprar produtos agrícolas nos Estados Unidos, o governo chinês desmentiu, e depois confirmou a disposição de fazê-lo. Como os Estados Unidos afirmaram que vão manter negociações, se resolvem mudar de rumo, tudo pode mudar. Além disso, o clima nos Estados Unidos segue no radar. Muita soja ainda não começou a formar vagens, então a lavoura não está no período mais decisivo para a produtividade. Se a falta de chuva prosseguir na segunda quinzena de agosto, é mais problemático.

Desde que o presidente Donald Trump elevou para 25% tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses no primeiro semestre, investidores já consideravam a ideia de que não haveria acordo entre os dois países. Apesar da queda na demanda mundial de oleaginosa, por causa da disseminação do surto de peste suína africana (PSA), há o efeito altista do clima no cinturão agrícola dos Estados Unidos. A única certeza é que haverá quebra de safra nos Estados Unidos, mas o patamar dessa quebra ainda não é possível saber. Caso o clima siga desfavorável e o temor de quebra de safra crescer, o tom positivo pode prevalecer. A Bolsa de Chicago não teve uma queda brusca após a retaliação chinesa à tarifa norte-americana porque o mercado já estava cético sobre a resolução do conflito e por causa da incerteza que ronda a safra norte-americana. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.