22/Jul/2019
No curto prazo, os preços da soja estão sendo contidos pelo recuo do dólar no Brasil, prêmios mais baixos nos portos brasileiros em relação aos praticados em 2018, descontrole no avanço dos surtos de Peste Suína Africana (ASF) na China, melhoria das condições da safra 2019/2020 nos Estados Unidos e redução do ritmo de exportações brasileiras. A tendência é altista no longo prazo para os preços da soja no mercado brasileiro, com a previsão de redução acentuada da área e da produção na safra 2019/2020 dos Estados Unidos. Como boa parte da safra 2018/2019 da soja brasileira já foi comercializada, o ritmo de embarque da oleaginosa tem sido menor, o que tem reduzido os prêmios de exportação. Esse fator, atrelado às quedas dos contratos futuros na Bolsa de Chicago, pressiona com força o valor FOB no Porto de Paranaguá (PR). No mercado interno, a movimentação para novos negócios permanece em ritmo lento e os preços, em queda. A desvalorização cambial também pressiona as cotações domésticas.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas duas primeiras semanas de julho, a média diária de embarques da oleaginosa brasileira esteve 19,4% inferior à do mês de junho e 17,1% menor na comparação com julho/2018. Quanto aos derivados, a média diária de farelo de soja no período foi 9,7% inferior à de junho/2019 e 7,7% menor que a de julho/2018. Para o óleo de soja, as quedas foram de 41,3% e de 54,8%. Quanto aos prêmios, o embarque agosto/2019 da soja em grão tem comprador a +US$ 0,88 por bushel. Vale ressaltar que, no dia 17 de julho, os valores estavam ainda mais baixos, com compradores a +US$ 0,73 por bushel. O valor FOB da soja em grão para embarque em agosto/2019, no Porto de Paranaguá (PR), é de US$ 21,49 por saca de 60 Kg, queda de 2,3% nos últimos sete dias.
O valor FOB do farelo de soja para o embarque setembro/2019 apresenta recuo de 3,1%. O preço FOB do óleo de soja para embarque em agosto/2019 registra leve avanço de 0,6% no mesmo comparativo. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,9%, cotado a R$ 77,56 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,6% nos últimos sete dias, a R$ 73,31 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram recuo de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Quanto aos derivados, os valores do farelo apresentam baixa de 1,6% nos últimos sete dias. A demanda pelo derivado está reduzida. Os compradores, observando os preços do grão em queda, acreditam que isso deve refletir no mercado do derivado. Dessa forma, apenas compras pontuais têm sido realizadas.
Para o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), a alta é de 0,3% no período, a R$ 2.724,51 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, o contrato Agosto/2019 da soja registra recuo de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 8,81 por bushel. A demanda enfraquecida pelo grão norte-americano e os altos estoques no país pressionam as cotações da oleaginosa. Quanto aos futuros do farelo de soja, na Bolsa de Chicago, o vencimento Agosto/2019 tem baixa de 1,5%, a US$ 338,41 por tonelada. O contrato Agosto/2019 do óleo de soja registra queda de 1,5% no mesmo período, a US$ 609,35 por tonelada. A leve melhora nas lavouras norte-americanas também influenciou a queda das cotações. O USDA apontou que, até o dia 14 de julho, 54% das lavouras estavam em boas e ótimas condições, 34%, em médias e 12%, em condição ruim ou muito ruim. Do total da área semeada, 95% emergiram e 22% floresceram. No ano anterior, 100% haviam emergido e 62%, florescido. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.