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15/Jul/2019

Tendência de alta do preço da soja no longo prazo

A tendência é altista para os preços da soja no médio e longo prazo, com a revisão para baixo das estimativas de área e produção na safra 2019/2020 dos Estados Unidos. No curto prazo, a tendência é de pressão baixista advinda da queda recente e acentuada do dólar no Brasil, com prêmios estáveis nos portos brasileiros. De acordo com o relatório de oferta e demanda mundial de julho/2019, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a área plantada de soja em 2019/2020 foi reduzida dos 34,24 milhões de hectares previstos em junho, para 32,38 milhões de hectares, o que representa um recuo de 10,2% em relação à safra anterior (36,10 milhões de hectares). A área a ser colhida de soja em 2019/2020 foi revisada para 32,09 milhões de hectares, o que representa uma retração de 11,1% em relação à área plantada em 2018/2019. A produtividade média esperada da soja em 2019/2020 é de 3,23 toneladas/ha, contra 3,43 toneladas/ha em 2018/2019.

A produção de soja em 2019/2020 foi revisada para 104,64 milhões de toneladas no relatório de julho, 7,4% abaixo da previsão de junho, que era de 112,95 milhões de toneladas. Em relação à temporada anterior (2018/2019), cuja produção atingiu 123,66 milhões de toneladas, a queda na safra de soja 2019/2020 é de expressivos 15,4%. No curto prazo, a liquidez no mercado da soja em grão segue baixa e os preços continuam enfraquecidos, com a queda do dólar. Os vendedores estão atentos aos cumprimentos de contratos, que foram fechados a preços maiores, e não demonstram interesse em negociar novos lotes. Vale lembrar que já há boa parcela da safra 2018/2019 comercializada. Outro fator que afasta os vendedores do mercado é a desvalorização do dólar, contexto que tem deixado o mercado interno remunerando mais que o externo.

Em Mato Grosso, até o início deste mês, 84% da temporada 2018/2019 havia sido negociada. Referente à safra 2019/2020, 23,2% foram comercializadas, 2,2% a mais que em igual período do ano passado. No Paraná, 75% da safra já foi negociada. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,6%, cotado a R$ 79,10 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram recuo de 1,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e no de lotes (negociações entre empresas). Quanto aos derivados, os valores do farelo apresentam queda de 1,6% nos últimos sete dias. Para o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), a baixa é de 2,2% no período, a R$ 2.717,47 por tonelada. As negociações de ambos os derivados seguem em ritmo lento. Boa parte dos compradores se mostra abastecida, adquirindo apenas pequenos volumes.

Na Bolsa de Chicago os futuros voltaram a subir, após as reduções nas estimativas de produção e de rendimento da safra norte-americana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que o plantio da soja havia alcançado 96% da área até o dia 7 de julho. Desse total, 90% da área emergiu, contra 100% em 2018 e 98% na média dos últimos cinco anos. Em relação à qualidade das lavouras, 46% estavam em boas condições, 35%, em médias e 12%, em ruins e muito ruins. Em relação aos futuros do farelo de soja, os vencimentos Julho/2019 e Agosto/2019 apresentam alta de 1,8% e 1,4%, respectivamente, a US$ 343,48 por tonelada e a US$ 344,36 por tonelada. O contrato Julho/2019 do óleo de soja apresenta valorização de 0,2% no mesmo período, a US$ 618,83 por tonelada e o Agosto/2019 se mantém estável, a US$ 621,26 por tonelada. Em relatório divulgado no dia 11 de julho, o USDA estimou que a oferta global da soja em grão deve ser de 347 milhões de toneladas na safra 2019/2020, volume 2,3% inferior ao estimado em junho e 4,3% menor que a temporada anterior. Essa redução se deve à expectativa de menor produção norte-americana, devido aos problemas climáticos que o país enfrentou durante o plantio.

A produção dos Estados Unidos foi reduzida em 7,3% em relação ao relatório divulgado no mês passado, totalizando 104,6 milhões de toneladas. Este volume é 15,4% menor que o da safra 2018/2019. As exportações norte-americanas da oleaginosa devem ser de 51 milhões de toneladas, volume 3,8% menor que o estimado em junho, mas 10,3% superior ao da safra passada. Essa redução apontada entre os relatórios se deve às exportações brasileiras, às incertezas sobre a demanda chinesa causada pelo surto de peste suína africana (PSA) e às tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O USDA indica que 308,1 milhões de toneladas da soja mundial devem ser destinadas ao esmagamento, 2,15% a mais que na safra 2018/2019. Quanto às transações mundiais de soja, a projeção é de 151,0 milhões de toneladas, 0,9% superior à da temporada passada. As importações da China foram mantidas em 87 milhões de tonelada de soja, volume 2,3% inferior ao da temporada 2018/2019. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.