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08/Jul/2019

Tendência de preço estável da soja no curto prazo

No curto prazo, a tendência é de preços estáveis para a soja, diante do recuo recente dos futuros em Chicago, do dólar no Brasil e do menor ritmo de exportações nas últimas semanas, com a queda dos prêmios nos portos brasileiros. As negociações envolvendo a soja em grão seguem em ritmo lento no mercado interno e para exportação. Boa parte de agentes está com a atenção voltada aos embarques de milho, que, em junho, somaram 1,390 milhão de toneladas, um recorde para o mês. Esse cenário elevou os fretes rodoviários e, consequentemente, a disputa por caminhões. Os embarques envolvendo a oleaginosa foram menores em junho. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 9,1 milhões de toneladas de soja em grão no mês passado, volume 16,4% inferior ao de maio e 13,0% abaixo de junho/2018. No primeiro semestre deste ano, os embarques totalizaram 46,2 milhões de toneladas, estável em relação ao mesmo período de 2018.

A China foi destino de 79% das exportações brasileiras da soja em grão em junho, recebendo 7,2 milhões de toneladas no mês. Quanto aos derivados, em junho, o Brasil embarcou 1,53 milhão de toneladas de farelo de soja, volume 7,3% menor que o de maio e 2,1% inferior ao de junho/2018. O preço médio recebido pelas vendas externas do farelo de soja foi de R$ 1.360,23 por tonelada. Os principais compradores do derivado no mês passado foram Indonésia (17,4%), Tailândia (12,9%), França (12,1%) e Holanda (11,5%). Em junho, os embarques de óleo de soja foram 45,2% inferiores aos de maio, totalizando 140,2 mil toneladas. Em relação a junho/2018, por outro lado, o volume exportado aumentou 11,2%. O preço médio recebido pelas vendas do óleo foi de R$ 2.510,31 por tonelada. Os principais destinos do derivado em maio foram Índia (62,1%) e China (37,9%). Esse cenário, a queda dos preços futuros na Bolsa de Chicago e a desvalorização do dólar pressionaram as cotações internas.

A moeda norte-americana caiu abaixo dos R$ 3,80, o menor patamar em três meses. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,5%, cotado a R$ 80,36 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 74,95 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram recuo de 1,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no de lotes (negociações entre empresas). Quanto aos derivados, os valores do farelo apresentam queda de 2,1% nos últimos sete dias. Essa queda nos preços está atrelada ao recuo de compradores, uma vez que boa parte desses agentes se mostra abastecida. Os ativos no mercado adquirem apenas pequenos lotes para consumo imediato.

Para o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), o avanço de é de 3,2% nos últimos sete dias, a R$ 2.778,36 por tonelada. As negociações envolvendo o derivado, contudo, ainda ocorrem em ritmo lento. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2019 da soja registra desvalorização de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 8,85 por bushel. A pressão vem da melhora das condições climáticas no Meio Oeste dos Estados Unidos, com agências climáticas indicando temperaturas acima da média nos próximos dias, o que deve beneficiar o desenvolvimento das lavouras. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que o plantio da soja havia alcançado 92% da área até o dia 30 de junho. No mesmo período de 2018, o cultivo já havia se encerrado e, na média dos últimos cinco anos, 99% da área fora semeada. Apenas 83% da área emergiu, contra 98% em 2018 e 95% na média dos últimos cinco anos. Em relação à qualidade das lavouras, 47% estavam em boas condições, 35%, em médias e 11%, em ruins e muito ruins.

No dia 28 de junho, o USDA estimou que a área semeada na safra 2019/2020 pode ficar em 32,37 milhões de hectares, redução de 5,5% frente aos dados divulgados em março/2019. Quanto aos estoques, também ficaram abaixo da expectativa de agentes de mercado. Em relação aos futuros do farelo de soja, a queda é de 2,0% nos últimos sete dias para o contrato de mesmo vencimento, a US$ 337,30 por tonelada. O contrato Julho/2019 do óleo apresenta alta de 0,8% no período, a US$ 617,73 por tonelada. A baixa movimentação no mercado da soja em grão está levando ao recuo dos prêmios de exportação. O prêmio para agosto/2019 da soja em grão está cotado a +US$ 0,90 por bushel. O valor FOB para a soja em grão para embarque em agosto/2019, no Porto de Paranaguá é de US$ 21,92 por saca de 60 Kg, queda de 0,5% nos últimos sete dias. O valor FOB do farelo de soja, para o mesmo embarque, registra recuo de 2,9%. O preço FOB do óleo de soja, no mesmo comparativo, apresenta avanço de 1,6%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.