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01/Jul/2019

Tendência de alta da soja com área menor nos EUA

A tendência é altista para os preços da soja, após a divulgação do relatório do trimestral de intenção de plantio divulgado na sexta-feira (28/06) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reavaliou a área plantada com soja no país na temporada 2019/2020 em 32,38 milhões de hectares, ante 34,24 milhões de hectares projetados no relatório de março e 10,2% abaixo da semeada na safra passada, que foi de 36,06 milhões de hectares. Essa é a menor área de soja desde 2013. Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta na sexta-feira (28/06), após o relatório. O vencimento novembro da oleaginosa avançou 10,75 cents (1,18%) e fechou a US$ 9,23 por bushel. Na sexta-feira, os preços nos portos e no interior do Brasil subiram, em média, R$ 1,00 por saca de 60 Kg e devem manter o viés de alta.

Os preços domésticos da soja em grão haviam recuado nos últimos dias, pressionados pela melhora climática nos Estados Unidos e, consequentemente, pelas desvalorizações dos futuros negociados Bolsa de Chicago. A previsão para os próximos dias é de clima quente e seco, fator que pode beneficiar as lavouras, após um início de safra excessivamente úmido. O recuo do dólar frente ao Real também influenciou as cotações internas. Na última semana de junho, a liquidez foi menor, diferentemente do observado no início do mês, quando agentes estavam mais ativos para negociar. Os prêmios de exportação subiram nos últimos dias. O embarque julho/2019 da soja em grão está cotado a +US$ 0,97 por bushel. O valor FOB para a soja em grão para embarque em julho/2019, no Porto de Paranaguá (PR), é de US$ 21,82 por saca de 60 Kg, queda de 1,2% nos últimos sete dias.

Para o mesmo embarque, o valor FOB do farelo de soja registra queda de 1,8% e o preço FOB do óleo de soja, no mesmo comparativo, registra recuo de 1,5%. No mercado interno, há disparidade entre as ofertas de compra e venda segue limitando os fechamentos. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,4%, cotado a R$ 81,59 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,9% nos últimos sete dias, a R$ 75,76 por saca de 60 Kg. Quando consideradas as médias mensais dos Indicadores, as altas foram de 4,5% e 4,6%, respectivamente, e são as maiores desde dezembro/2018, em termos reais.

Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram desvalorização de 1,3% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no de lotes (negociações entre empresas). Na média de junho, os preços no balcão estiveram 5,2% superiores aos de maio, enquanto no mercado de lotes o avanço foi de 5,0%. As cotações do farelo de soja recuaram 2,5% nos últimos sete dias. Entretanto, se comparada as médias de maio e junho, as cotações do farelo tiveram expressiva alta de 8%. Isso porque a demanda pelo setor de ração segue firme, principalmente por parte de suinocultores, que registram bom desempenho nas exportações, especialmente à China. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 14 dias úteis de junho, a média diária de embarque de carne suína in natura estava 16,5% superior à de maio e duas vezes maior que a de junho/2018. Avicultores também estão ativos, repondo estoques.

Outro fator que eleva os valores do derivado é o alto patamar de preço do grão, fator, inclusive, que tem reduzido a margem de lucro de indústrias processadoras. No dia 26 de junho, o crush margin foi calculado a US$ 5,25 por tonelada para julho/2019 no Porto de Paranaguá, o menor para o primeiro vencimento desde 21 de novembro de 2018. Vale ressaltar que, no mesmo período de 2018, o crush margin era calculado a US$ 51,75 por tonelada. Para o óleo de soja, o preço (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta queda de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 2.692,71 por tonelada. Entre as médias de maio e junho, no entanto, a alta foi de 0,6%. As negociações envolvendo o derivado ocorrem em ritmo lento, uma vez que compradores do setor alimentício travaram contratos antecipadamente para entrega alongadas e, agora, estão apenas recebendo. Em relação ao biodiesel, os preços são considerados baixos por agentes e a demanda está retraída. Fontes: Cepea, USDA e Cogo Inteligência em Agronegócio.