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25/Jun/2019

El Niño poderá atrapalhar plantio de soja no Brasil

No decorrer do inverno, começam os preparativos para a próxima safra de grãos no Brasil. Atenção para o mês de setembro, quando parte do país já inicia o plantio, pois as chuvas não devem ajudar. A tendência é de um viés mais aquecido no Pacífico nesse período de início do plantio da soja. Há o risco de que ocorra um atraso das chuvas para o plantio e outubro, com o início da primavera, que também pode ser mais seco, segundo a Climatempo. O plantio da soja está liberado para acontecer a partir da segunda quinzena de setembro nos principais estados produtores do Brasil, dentre eles Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, quando termina o vazio sanitário. Outros estados como Tocantins, Bahia e Goiás realizam a semeadura a partir de outubro.

Nas anomalias de precipitação para o mês de setembro, é possível ver que as chuvas até acontecem no Centro-Oeste do país e podem ficar acima da média em alguns locais. Essa chuva que deve retornar vai ser de maneira muito mal distribuída. E isso vai acontecer por conta da influência do fenômeno El Niño. O mapa de anomalia de temperatura mostra que o mês de setembro também deve ser de máximas mais altas. Os meses de agosto e setembro devem ser com pouco frio ou quase sem resfriamento intenso. A previsão é de que os dois meses transcorram com dias com tardes relativamente quentes e frio ameno à noite no centro-sul do país, segundo a Climatempo. A Região Sul do país, que também abrange importantes estados importantes de soja, deve ter o início do inverno com chuvas, inclusive com risco de temporais em julho, mas nos meses seguintes um cenário adverso também pode ocorrer.

As condições para chuva diminuem em agosto. Este mês deve terminar com chuva abaixo da média. Em setembro, a chuva retorna sobre o Sul. O inverno tem alto percentual para ocorrência do El Niño, de até 80% entre os meses maio, junho e julho, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade, (IRI). Em junho, julho e agosto, esse número cai para 65% e depois pouco menos de 60% em julho, agosto e setembro. Por conta do fenômeno climático a Região Sul deve ter mais chuva, principalmente em julho, além de possibilidade de geada, nevoeiro e até neve. No Sudeste e Centro-Oeste, são esperadas poucas chuvas, um inverno mais quente, mas ainda há chances de geadas e nevoeiro.

Um dos efeitos do El Niño é dificultar a entrada do frio de origem polar sobre o interior do Brasil. Com poucas incursões de ar frio pelo interior do país, o inverno de 2019 terá poucos dias com frio intenso e deve terminar com temperaturas acima da média. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ressalta que, climatologicamente, o inverno é mesmo marcado por ser menos chuvoso no Sudeste, Centro-Oeste e parte do Norte e Nordeste do país, enquanto que o noroeste da região Norte, leste do Nordeste e parte do Sul tendem a ter maiores precipitações, mas neste ano a situação pode ser adversa. Fontes: Climatempo e Inmet. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.