27/Mai/2019

O Ministério das Minas e Energia anunciou que o governo e o setor privado constroem as condições necessárias para a elevação da mistura do biodiesel ao diesel, de 10% (B10) para 11% (B11), muito em breve. A elevação da mistura deveria ocorrer em junho, segundo um cronograma aprovado e validado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), mas a medida foi adiada até que testes adicionais de conformidade sejam feitos em motores de veículos. Os testes devem durar dois meses. Com o B11, haverá uma economia da ordem de R$ 1,3 bilhão por ano com a redução da importação de diesel. Substituição direta de importação por biodiesel nacional, a partir de matérias primas cultivadas no País e com geração de investimento geram emprego e renda no Brasil, afirmou o ministro das Minas e Energia em discurso na abertura da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio).

Considerando-se os preços atuais, o B11 poderá reduzir em R$ 0,03 por litro o preço do diesel comercializado nos postos e gerar investimentos de R$ 700 milhões em investimentos de capacidade de produção e processamento de soja no período de 12 meses seguinte ao aumento da mistura. O Brasil produziu 5,3 bilhões de litros de biodiesel em 2018, alta de 25% sobre 2017. Segundo o ministro, o biocombustível é, na média nacional, R$ 0,32 por litro mais barato por litro do que o diesel de petróleo e em locais da Região Centro-Oeste a diferença chega a R$ 0,45 por litro. A FPBio reúne 234 deputados e senadores. A agenda prioritária da frente é a adoção imediata do B11, a efetivação do RenovaBio e dos créditos de descarbonização (CBIOs), e o fortalecimento da industrialização de grãos no País para agregar valor à cadeia de produção do biocombustível. Atualmente, o setor tem 50 indústrias autorizadas a produzir o biocombustível, que devem ofertar 6 bilhões de litros este ano, um novo recorde e alta de 13% sobre 2018.

O Conselho da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) afirmou que o Brasil tem o potencial de ser protagonista global no mercado de biodiesel. O Brasil tem grande oportunidade de liderar a 'OPEP Verde' e, junto com Paraguai, Uruguai, Argentina, no Mercosul, pode ser o protagonista de um mercado que vai crescer muito. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) destacou que o Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo e pode ocupar o primeiro posto. É preciso agregar mais valor ao produto, uma referência ao processamento do grão para a produção do biodiesel. A União Brasileira do Biodiesel e Bioqueresene (Ubrabio) destacou as condições naturais da agricultura como um fator importante para a produção de biodiesel. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.