ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

15/Mai/2019

Prêmios sobem no Brasil com a guerra comercial

Os prêmios pagos pela soja brasileira dispararam na última semana após os Estados Unidos terem ameaçado e colocado em prática o aumento de tarifas sobre produtos chineses e a China ter retaliado com novas taxas sobre bens norte-americanos. Até então, os prêmios sobre a oleaginosa nos portos estavam caindo porque havia a expectativa de que Estados Unidos e China chegassem a um acordo até este mês. No dia 3 de maio, antes de o presidente Donald Trump voltar a ameaçar a China, os prêmios no Porto de Paranaguá estavam entre US$ 0,25 e US$ 0,30 por bushel acima das cotações na Bolsa de Chicago, para embarque em junho e julho. Na segunda-feira (13/05), já estavam entre US$ 0,95 e US$ 1,00 por bushel. Os compradores voltaram efetivamente ao mercado no Brasil. Apesar da reação dos prêmios, os preços da oleaginosa estão abaixo do observado no auge da colheita do País, até um mês atrás.

O contrato da soja com vencimento em maio na Bolsa de Chicago é o mais baixo em 11 anos. Com isso, no Paraná, na região de Cascavel, a soja que era negociada a R$ 71,00 por saca de 60 Kg no dia 10 de abril caiu para R$ 68,00 por saca de 60 Kg no dia 10 de maio. Em Mato Grosso, na região de Sorriso, a cotação recuou de R$ 62,00 por saca de 60 Kg para R$ 58,50 por saca de 60 Kg no período. O mercado foi ativo em março, com os picos de câmbio, e em abril, porque o produtor precisava vender para ter fluxo de caixa. Depois, na segunda quinzena de abril, a Bolsa de Chicago começou a cair com mais força e a negociação travou. O pessimismo com as negociações entre China e Estados Unidos, porém, trouxe de volta os compradores e esse maior interesse valorizou o produto brasileiro, ainda que os valores estejam longe do observado no auge do conflito comercial. No ano passado, os prêmios chegaram a +US$ 2,40 por bushel.

Não é possível dizer até que ponto podem subir os prêmios sobre a soja brasileira. A tendência é de que não seja uma alta como a do ano passado, porque a peste suína africana teve um impacto no consumo chinês do grão e, além disso, a oferta de soja da Argentina também é maior nesta safra. Assim, a China tem uma alternativa a mais de fornecimento. Mesmo sendo exportadora de farelo e óleo, mais do que do grão, o excedente no país evita que a China precise buscar soja no Brasil a qualquer preço. O valor dos prêmios será definido pelo tamanho da demanda chinesa. Por enquanto, as previsões de exportação do Brasil em 2019 estão sendo mantidas, mas não está descartada uma elevação. Caso a situação se agrave e a China passe a comprar ainda menos soja do que está comprando nos Estados Unidos, pode haver uma alta nesta projeção, mas limitada pela demanda chinesa mais baixa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.