15/Mai/2019

Os contratos futuros de soja fecharam em alta de mais de 3% nesta terça-feira (14/05) na Bolsa de Chicago, se recuperando das perdas recentes. Até o dia 13 de maio, o contrato julho, mais líquido, havia caído em 15 das últimas 19 sessões. O contrato julho subiu 29 cents (3,61%) e fechou a US$ 8,31 por bushel. Os preços mais baixos da oleaginosa atraíram compras de oportunidade. Fundos, ainda bastante vendidos, também aproveitaram para recomprar contratos a fim de recolher ganhos. Do lado dos fundamentos, o atraso no plantio de soja persiste. A soja teve 9% do plantio concluído até a semana passada, ante 29% na média de cinco anos e 32% há um ano. A negociação de curto prazo será toda sobre área cultivada nos Estados Unidos e risco de rendimento.

A recuperação foi uma reação à falta de avanço no relatório de evolução de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 13 de maio, após o fechamento do mercado. Atrasos no plantio, preços reduzidos e maior incerteza sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China fizeram com que muitos agricultores pensassem seriamente em deixar áreas que não puderem ser plantadas por causa do clima e acionar o seguro agrícola. O USDA define o seguro para áreas que não puderam ser plantadas (prevented planting) como falha em plantar uma safra segurada com o equipamento adequado até a data final de plantio indicada nas Disposições Especiais da apólice de seguro ou durante o período de plantio tardio.

O valor pago varia de acordo com a apólice de seguro. Com a brusca queda nos preços da soja, traders agora estão falando sobre a possibilidade de um grande número de agricultores usarem essa opção. Também deu suporte aos preços uma venda avulsa reportada pelo USDA de 180 mil toneladas de soja para destinos não revelados, com entrega prevista para o ano comercial 2018/2019. Como as vendas para destino desconhecido são muitas vezes vendas para a China, as notícias podem indicar que as negociações comerciais entre os dois países ainda estão em andamento, mesmo com o acirramento das tensões entre os dois países nos últimos dias. Alguns investidores esperavam cancelamentos de vendas contratadas pela China nos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que espera que a China continue comprando os produtos agrícolas dos Estados Unidos.