ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Mai/2019

Tendência de sustentação com a alta dos prêmios

Após o acirramento da guerra comercial entre EUA e China, os prêmios nos portos brasileiros reagiram e estão subindo em todos os embarques para os próximos meses. As quedas dos futuros em Chicago estão sendo anuladas pelas altas dos prêmios e pelo dólar elevado no Brasil. Os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago registram queda e são os menores desde 5 de dezembro de 2008 em termos nominais. A pressão vem do impasse comercial entre Estados Unidos e China. Os Estados Unidos elevaram as tarifas sobre produtos procedentes da China, de 10% para 25%. Esse cenário impulsionou os prêmios de exportação no Brasil, que se recuperam após fortes quedas nos últimos meses. Na Bolsa de Chicago, o vencimento Maio/2019 da soja registra recuou 3,6% nos últimos sete dias, a US$ 8,00 por bushel. O contrato Julho/2019 da soja também apresenta queda de 3,6% no período, a US$ 8,12 por bushel. Vale ressaltar que, no dia 9 de maio, o contrato Maio/2019 chegou a operar abaixo dos US$ 8,00 por bushel.

Quanto aos derivados, os contratos Maio/2019 e Julho/2019 do óleo de soja acumulam baixas de 3,3% e de 3,2% nos últimos sete dias, a US$ 580,69 por tonelada e a US$ 587,08 por tonelada. Em relação ao farelo de soja, as quedas são de 2,4% e 2,6%, respectivamente, a US$ 314,49 por tonelada e a US$ 318,67 por tonelada. O embarque junho/2019 da soja em grão tem comprador a +US$ 0,62 por bushel e agosto/2019 já tem prêmio acima de +US$ 0,90/bushel. Vale lembrar que, em maio do ano passado, o prêmio com vencimento em junho/2018 chegou a ser negociado acima de +US$ 1,00 por bushel. O valor FOB para a soja em grão para embarque em junho/2019, pelo Porto de Paranaguá é de US$ 19,34 por saca de 60 Kg, queda de 1,3% nos últimos sete dias. O valor FOB do farelo de soja registra baixa de 1,4% para o embarque em junho, enquanto o preço FOB do óleo de soja apresenta avanço de 0,6%.

Diante da desvalorização do grão e da queda menos acentuada dos derivados, a margem de lucro das indústrias vem se mantendo elevada, a US$ 30,01 por tonelada para junho/2019. Embora esteja abaixo da registrada para o mesmo período de 2018 (de US$ 62,68 por tonelada), é superior à de junho/2017 e junho/2016, quando a margem das indústrias estava em US$ 20,90 por tonelada e em US$ 13,22 por tonelada, respectivamente. Para cada tonelada de soja processada, 78% produzem farelo e 19%, óleo. Esse cenário eleva a liquidez interna, mas os preços se mantêm praticamente estáveis, especialmente devido à alta nos prêmios. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, registra estabilidade, cotado a R$ 73,93 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 68,87 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram recuo de 2,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Quanto aos derivados, os preços estão em queda, devido à fraca demanda. Os compradores se mostram abastecidos para o curto prazo. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra recuo de 2,5% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2.665,31 por tonelada. Para o farelo, os valores apresentam queda de 0,3% no mesmo período. O Brasil exportou 10 milhões de toneladas de soja em grão em abril, volume 16,2% superior ao embarcado em março, mas 1,8% inferior ao de abril/2018. O volume exportado nos quatro primeiros meses de 2019 soma 26,3 milhões de toneladas, 12% acima do mesmo período do ano passado. O principal importador do grão brasileiro tem sido a China, que foi destino de 7,12 milhões de toneladas em abril, o equivalente a 70,7% das exportações brasileiras da oleaginosa no mês passado.

Quanto aos derivados, em abril, o Brasil embarcou 1,52 milhão de toneladas de farelo de soja, volume 6,2% maior que o de março, mas 1,9% inferior ao de abril/2018. O preço médio recebido pelas vendas externas do farelo de soja foi de R$ 1.359,68 por tonelada. Os principais compradores do derivado no mês passado foram Holanda (18,7%), França (18%) e Indonésia (14,8%). Os embarques de óleo de soja foram 13,8% inferiores ao de março, totalizando 67,32 mil toneladas, volume que é 59,1% menor ao embarcado abril/18. O preço médio recebido pelas vendas do óleo foi R$ 2.562,36 por tonelada. Os principais destinos do derivado em abril foram Índia (34,9%), Bangladesh (30,9%) e Argélia (26,7%). Com a colheita brasileira em estágio final, a produção brasileira de soja em grão está estimada em 114 milhões de toneladas. Na Argentina, o excesso hídrico ainda pode afetar a produção de soja. A área colhida chegou a 67,4%, avanço semanal de 8,1% e a estimativa de produção se mantém em 55 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.