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07/Mai/2019

Chicago fecha em baixa com as ameaças à China

Os contratos futuros de soja fecharam em queda de mais de 1% nesta segunda-feira (06/05) na Bolsa de Chicago, pressionados por novas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a China. O vencimento julho caiu 12 cents (1,42%) e fechou a US$ 8,30 por bushel. No domingo (05/05), em publicação na sua conta oficial do Twitter, Donald Trump afirmou que pode elevar de 10% para 25% a partir de sexta-feira (10/05) tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Além disso, Trump ameaçou tarifar em breve em 25% o equivalente a US$ 325 bilhões em outros produtos da China e reclamou do andamento lento das discussões bilaterais. Nesta segunda-feira (06/05), o presidente dos Estados Unidos voltou ao Twitter para criticar o que considera como injustiças no comércio internacional. Segundo ele, os Estados Unidos têm perdido, por muitos anos, US$ 600 a US$ 800 bilhões por ano no comércio.

As declarações do presidente norte-americano são uma tentativa de pressionar o governo chinês a fazer concessões nas negociações comerciais. A leitura, entretanto, é de que diminuíram as chances de um acordo comercial, embora as negociações envolvendo China e Estados Unidos continuem a ocorrer nesta semana. As declarações de Donald Trump podem ter colocado em xeque os avanços das últimas rodadas. Não há sinal de que as negociações serão levadas a qualquer conclusão bem-sucedida num futuro próximo. As expectativas de que as tarifas punitivas chinesas sobre as importações agrícolas dos Estados Unidos fossem suspensas, uma ampla gama de produtos está sujeita a tarifas punitivas de 25%, haviam repetidamente gerado impulso positivo para os preços nos mercados de grãos e oleaginosas nos últimos tempos. A possibilidade de um acordo comercial era realmente a única coisa altista que os grãos tinham a seu favor, então, se um acordo comercial for adiado por alguns meses, as chances de qualquer recuperação nos grãos parecem muito pequenas.

Mesmo que o presidente Donald Trump volte atrás na ameaça de aumentar as tarifas sobre produtos chineses e que um acordo seja feito nesta semana, pode ser tarde demais para a soja norte-americana. As ofertas sul-americanas estão a pleno vapor e são competitivas com os grãos dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, o volume inspecionado para embarques de soja avançou 18,4% na semana encerrada no dia 2 de maio, para 600.441 toneladas, mas nem isso foi suficiente para reduzir perdas na Bolsa de Chicago. No Brasil, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) revisou para cima sua estimativa para a produção de soja na temporada 2018/2019. A colheita deve ser de 117,6 milhões de toneladas, acima das 116,9 milhões de toneladas esperadas em 19 de março. No ciclo 2017/2018, a produção foi de 123,0 milhões de toneladas. A exportação, por outro lado, foi revisada para baixo pela entidade. A expectativa agora é de que serão embarcados para o exterior 68,1 milhões de toneladas, menos que as 70,1 milhões de toneladas projetadas em março.