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29/Abr/2019

Tendência de baixa da soja com recuo dos futuros

A tendência é baixista para os preços da soja no mercado brasileiro, com o recuo das cotações futuras em Chicago para próximo dos US$ 8,50/bushel e a queda dos prêmios nos portos brasileiros. Os recuos só não são mais intensos no mercado interno, em função do dólar próximo dos R$ 4,00. Apesar da postura retraída de vendedores nacionais e da alta do dólar, os preços domésticos da soja registram queda. A pressão vem da desvalorização nos contratos futuros na Bolsa de Chicago, que reduziu a paridade de exportação de soja no Brasil e os preços FOB no Porto de Paranaguá (PR). Os prêmios, no entanto, permanecem praticamente estáveis. No geral, a alta do dólar até aumentou o interesse comprador nos últimos dias. No entanto, os agentes de mercado, atentos aos trabalhos de campo, que estão no início nos Estados Unidos, limitam os fechamentos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o plantio a 1% da área norte-americana até o dia 21 de abril, contra 2% no mesmo período do ano passado.

Na Bolsa de Chicago, o vencimento Maio/2019 da soja registra recuou de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 8,59 por bushel. O contrato de mesmo vencimento óleo de soja apresenta desvalorização de 2,9% no período, a US$ 609,35 por tonelada, o menor valor desde 31 de dezembro de 2018. A pressão vem do fortalecimento do dólar frente ao Real, que tende a estimular as exportações brasileiras da oleaginosa e, consequentemente, a reduzir a demanda pelo grão norte-americano. A expectativa de menor demanda da China, que tem reduzido as importações devido à menor necessidade de soja para a ração animal, por conta dos surtos de peste suína africana, também pressiona os futuros. O farelo de soja registra alta de 0,7% nos últimos sete dias, a US$ 337,30 por tonelada. Neste caso, o impulso vem do aumento das vendas externas dos Estados Unidos. Quanto aos prêmios, o embarque em maio/2019 tem comprador a +US$ 0,26 por bushel.

O valor FOB para a soja em grão para embarque em maio/2019, no Porto de Paranaguá é de US$ 19,69 por saca de 60 Kg, queda de 2,2% nos últimos sete dias. A incerteza quanto à produção norte-americana faz os produtores brasileiros se retraírem, principalmente em relação aos contratos a termo. Quanto às negociações domésticas, o aumento na disparidade entre compradores e vendedores limita as negociações. A diferença chega a ser de R$ 4,00 a R$ 5,00 por saca de 60 Kg. As médias parciais deste mês dos Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná estão 10,2% e 9,5% inferiores às de abril do ano passado em termos nominais, respectivamente. Em termos reais, as médias são as menores desde maio/2017 e agosto/2017. Esses valores baixos têm deixado os produtores retraídos para novos fechamentos no mercado spot e para entrega nos próximos meses.

Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que, embora mais da metade da safra 2018/2019 de Mato Grosso já esteja comercializada (66,8%), esse volume é 4,66% inferior ao negociado no mesmo período de 2018. No Paraná, a comercialização também é inferior à do mesmo período de 2018. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 43,9% da safra do Paraná foi comercializada até o dia 23 de abril, 6,1% abaixo do volume observado no ano passado. Neste cenário, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,0%, cotado a R$ 75,46 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,2% nos últimos sete dias, a R$ 71,11 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações da oleaginosa registram recuo de 0,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

Quanto aos derivados, os preços registram alta, impulsionados pelo maior interesse por parte de compradores, que necessitam reabastecer seus estoques no curto prazo. Nos últimos sete dias, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta avanço de 1,7%, a R$ 2.731,58 por tonelada. Para o farelo, os preços registram alta de 0,1%. No Rio Grande do Sul, restam apenas 10% da área para ser colhida e o rendimento das lavouras está próximo do esperado inicialmente. Apenas nas lavouras de segundo plantio que há expectativa de menor produtividade, devido à forte incidência de ferrugem e, em alguns locais, ao ataque de mosca branca. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em relatório divulgado no dia 25 de abril, a colheita da soja mantém um importante avanço em grande parte da Argentina. Mais de 8,7 milhões de hectares (50,7%) foram colhidos, avanço semanal de 16,6%, com um rendimento médio de 38,2 sacas de 60 Kg por hectare. Na região norte, os trabalhos de campo estão atrasados, em decorrência das chuvas. Nesse cenário, a estimativa de produção se mantém em 55 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.