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25/Abr/2019

Biodiesel: ANP realizará testes para elevar mistura

A recente turbulência no setor do biodiesel, iniciada em fevereiro, caminha para o fim. A crise entre a indústria produtora do biocombustível, montadoras e o governo federal começou quando o Ministério de Minas e Energia (MME) adiou o aumento de 10% (B10) para 11% (B11) na mistura ao diesel de petróleo. Fabricantes de veículos alertaram que testes apontaram problemas nos motores causados pela instabilidade do biodiesel. Para não se comprometer, o MME pediu novas avaliações e o B11, previsto para ser anunciado em março e valer a partir de junho deste ano, foi suspenso.

Além da qualidade do biodiesel prejudicar alguns motores, como mostraram os testes, o setor público foi cauteloso e alertou que a conta seria alta se ocorressem possíveis acidentes causados por problemas em veículos com a mistura. A indústria de biodiesel não ficou convencida, alegou que pouquíssimos testes apresentaram inconformidades e ampliou o lobby junto ao governo federal. O Ministério da Agricultura foi acionado e até mesmo a possível greve de caminhoneiros, após a alta do diesel nas bombas, foi argumento de pressão.

Produtores alegam, com razão, que o biodiesel é uma das formas de baratear o combustível vendido nos postos. Mas, os técnicos do MME bateram pé em nome da segurança. A poeira baixou. Nos últimos dias, um termo de paz foi desenhado e pode ser anunciado em breve. O MME aceitou a sugestão de produtores de que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faça testes até que seja definido um padrão de qualidade para elevar a mistura a B11 ainda em 2019 em 1% por ano até os 15% (B15), em 2023.

Os testes podem demorar dias, semanas ou meses, mas a segurança estaria garantida. A indústria automotiva e fabricantes de autopeças também estariam de acordo com o pacto proposto pelo governo em se criar uma ação regulatória. A pressão foi grande, mas a qualidade deve ser colocada em primeiro lugar. Além da cadeia produtiva, quem ganhará será o consumidor, que abastecerá o veículo com um combustível seguro, de qualidade, mais renovável e mais barato. Fonte: Gustavo Porto. Agência Estado.