24/Abr/2019
De acordo com o estudo "Análise de aspectos econômicos sobre a qualidade de grãos de soja no Brasil", divulgado pela Embrapa Soja nesta terça-feira (23/04), o teor médio de proteína da soja brasileira nas safras 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017 foi 2% superior à da oleaginosa produzida nos Estados Unidos, mas o País tem prejuízo com avarias nos grãos retirados da lavoura. Os grãos defeituosos de soja causaram prejuízo anual de R$ 1 bilhão à sojicultura nacional. Nas três safras, o teor médio de proteína da soja brasileira foi de 36,69%. Já o da soja norte-americana foi de 34,70% entre 2006 e 2015, caindo para 34,1% na safra 2017, segundo dados do United States Soybean Export Council. As amostras foram coletadas em dez Estados produtores: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins, que, juntos, são responsáveis por 93,45% da produção nacional.
O alto teor de proteína da soja faz dela matéria-prima indispensável para produção de farelo proteico, utilizado principalmente na fabricação de ração animal. A qualidade é um aspecto favorável tanto para a indústria brasileira consumidora de soja quanto para países que importam o grão em larga escala, como é o caso da China. O Brasil poderia explorar comercialmente o diferencial de proteína da soja brasileira em relação à oleaginosa norte-americana. No entanto, a valoração do grão é quantitativa e medida em toneladas e não se considera a proteína embutida. Em meio ao produto de alta proteína, foi constatada a presença de grãos com baixo teor da substância. O monitoramento das safras e a realização de ações proativas da cadeia produtiva do grão serão fundamentais para evitar um quadro futuro em que ocorra a queda no teor de proteína de soja no Brasil e que o País perca este diferencial. No caso de grãos avariados, a perda econômica estimada alcançou um valor superior a R$ 1 bilhão, considerando o percentual da produção que excedeu o limite de 8% de grãos defeituosos permitido por lei, a quantidade excedida e o preço da soja pago nos Estados.
Os principais defeitos observados foram os grãos fermentados e danificados por percevejos, que responderam a 84,6% dos defeitos existentes nos grãos de soja avariados. Esses casos representam prejuízo para o produtor, porque o armazenador pode descontar o percentual que estiver avariado, já que esse material tem baixa qualidade para a indústria. Os estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Tocantins tiveram perdas econômicas entre R$ 10,4 milhões e R$ 19,5 milhões. As menores perdas econômicas foram observadas nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, uma vez que pequena parcela da soja colhida excedeu o limite tolerado. Os resultados do estudo reforçam a necessidade de ampliação de ações de transferência de tecnologia relacionadas a boas práticas que permitam atenuar a perda causada por grãos avariados no País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.