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22/Dec/2025

Preços em movimentos distintos entre as regiões

Os preços do milho seguem em queda em algumas regiões, devido à redução na demanda pelo cereal, como típico neste período de final de ano. Boa parte dos consumidores indica que deve voltar ao spot apenas em janeiro. No campo, as atenções se voltam às atividades envolvendo a safra de verão de milho (1ª safra 2025/2026) e de soja. Após um período de estiagem, o retorno das chuvas trouxe certo alívio aos agricultores, tendo em vista que favoreceu o desenvolvimento das lavouras da safra de verão (1ª safra 2025/2026). Além de auxiliarem a atual safra, as precipitações e a melhora do clima elevam as expectativas de semeadura da 2ª safra de 2026 no período considerado ideal para a cultura. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra leve queda de 0,5%, a R$ 69,27 por saca de 60 Kg. Vale lembrar que a região paulista é demandante.

Em outras localidades, como as mais próximas dos portos, como oeste e norte do Paraná, os valores apresentam alta de 0,6% e 0,3% no mesmo período. Nos últimos sete dias, a alta é de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O ritmo dos embarques brasileiros segue superior ao registrado em dezembro de 2024, refletindo as compras antecipadas do cereal, já que, desde o início do mês, as negociações no spot permanecem enfraquecidas. Nos 10 primeiros dias úteis de dezembro, foram embarcadas 2,9 milhões de toneladas de milho, representando 68% de todo o volume escoado em dezembro/2025. A média diária de embarques está em 290,8 mil toneladas, 43% acima da registrada há um ano, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Apesar da liquidez enfraquecida, os preços estão em alta no spot, influenciados pela valorização do dólar.

No Porto de Santos (SP), os valores registram avanço de 1,1% nos últimos sete dias. No Porto de Paranaguá (PR), a alta é de 1,5% no mesmo comparativo. Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram a semana passada em queda, pressionados pela ampla oferta global e por preocupações relacionadas à demanda de milho para etanol. A partir da quarta-feira (17/12), os vencimentos voltaram a se recuperar, devido à melhora no ritmo das exportações. Com isso, nos últimos sete dias, os contratos Março/2026 e Maio/2026 apresentam baixa de 0,4%, a US$ 4,44 por bushel e a US$ 4,52 por bushel. O retorno das chuvas tem beneficiado o desenvolvimento das lavouras nas principais regiões produtoras. Até o dia 13 de dezembro, a área semeada era de 77,5% do esperado, aumento de 6,2% em relação ao dia 6 de dezembro e acima dos 70,3% da média dos últimos cinco anos, segundo a Conab.

No Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS, o retorno das chuvas trouxe certo alívio em parte das lavouras, mas danificou outras. Até o dia 18 de dezembro, 90% da área havia sido semeada. Conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), com a semeadura finalizada no Paraná, as chuvas mais regulares e a baixa incidência de pragas e doenças têm favorecido o desenvolvimento das lavouras. Em Santa Catarina, até o dia 13 de dezembro, a semeadura havia atingido 99,7% da área, com as baixas temperaturas e alta nebulosidade afetando o crescimento das lavouras, segundo a Conab. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a semeadura chegou até o dia 18 de dezembro a 69,5% da área nacional, com 88% das lavouras em boas e/ou excelentes condições. Para 2ª safra de 2026, os principais Estados produtores devem ter a área destinada ao cereal maior que a temporada 2024/2025, influenciados pela demanda interna aquecida.

No entanto, após uma temporada de produtividade acima da média, o rendimento de 2025/2026 deve cair, o que, consequentemente, reduzirá a produção. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima 7,39 milhões de hectares destinados ao cereal, leve aumento de 1,8% em relação à temporada anterior. A produtividade e a produção terão respectivas quedas de 8,4% e de 6,7%, estimadas em 116,6 sacas de 60 Kg por hectare e em 51,72 milhões de toneladas. Para o Paraná, após uma safra volumosa, a produção deve ser inferior, refletindo a queda na produtividade. Segundo o Deral/Seab, serão semeadas 2,84 milhões de hectares de milho, 1% superior à temporada anterior, mas com quedas de 2,6% e 1% na produtividade e produção, agora estimadas em 6.11 Kg por hectare e em 17,39 milhões de toneladas, respectivamente. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.