11/Dec/2025
Segundo a XP, a redução no uso de fertilizantes por hectare nas lavouras brasileiras de soja e milho deve ficar entre 12% e 16% na comparação anual, mas o impacto sobre a produtividade deve ser limitado porque o clima continuará sendo o principal determinante dos resultados da safra. Menor aplicação de fertilizantes não necessariamente se traduz em menor produtividade, e o clima continuará sendo o principal fator, especialmente após um novembro seco em várias regiões. A análise da XP busca responder às preocupações sobre possíveis impactos na produtividade decorrentes do menor uso de insumos agrícolas em meio a custos mais altos, margens comprimidas e menor disponibilidade de crédito. Foram cruzados dados de importação de fertilizantes com informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre área plantada para estimar a redução no pacote tecnológico adotado pelos produtores.
As importações de nitrogênio no acumulado do ano estão 6,2% maiores na comparação anual, mas a ureia caiu 11,9%, à medida que nitrato de amônio e sulfato de amônio, produtos de menor concentração, ganharam participação. Em fosfatados, as importações acumuladas caíram 5,2%, refletindo principalmente preços mais altos de MAP, apesar de fortes aumentos de 19,6% e 9,8% em SSP e TSP, que são produtos de menor concentração. Potássio apresenta queda de 3,4%. O uso de fertilizantes por hectare seria semelhante à temporada de plantio de 2022/2023, quando o Brasil entregou recordes de produtividade para soja e milho até então. Vincular perdas de produtividade diretamente ao pacote tecnológico é desafiador, senão impossível, pois requer uma avaliação altamente granular, caso a caso. Apesar de um novembro seco, a perspectiva é construtiva para o clima.
Tanto modelos dos Estados Unidos quanto da Europa apontam para chuvas positivas durante o crítico mês de dezembro, especialmente nas regiões onde são mais necessárias. Além disso, os modelos indicam enfraquecimento da La Niña, reduzindo riscos negativos para a produtividade na Região Sul do Brasil e Argentina. Para empresas do setor, o cenário é particularmente positivo para a 3tentos, que está entregando crescimento de volume de fertilizantes de 42% na comparação anual em meio ao ambiente desafiador, com menores riscos climáticos no Rio Grande do Sul, o que deve levar a um melhor mix de defensivos na comparação anual, e potencial recuperação no uso de fertilizantes por hectare. Para produtores de grãos como SLC Agrícola e BrasilAgro, a perspectiva continua sugerindo safras recordes no Brasil, o que deve manter a recuperação de preços contida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.