ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Dec/2025

EUA: dúvidas sobre projeções 2025/2026 do USDA

Segundo a XP, os dados do relatório mensal de oferta e demanda divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2025/2026 parecem "irreais", principalmente a estimativa de crescimento da demanda norte-americana de milho para ração e a manutenção das exportações de soja no mesmo nível do mês passado não condiz com o ritmo atual das compras chinesas. O USDA preservou as exportações norte-americanas de soja em 44,5 milhões de toneladas, apesar da incerteza sobre o impacto do acordo comercial entre Estados Unidos e China.

Com a incerteza política, o USDA precisa especular sobre o resultado do acordo Estados Unidos-China. A decisão do departamento foi manter a exportação norte-americana de soja inalterada, enquanto o consenso esperava alguma redução. Com a safra avançando na América do Sul e a China comprando abaixo do esperado, a Bolsa de Chicago tende a operar com menos suporte. Os estoques finais globais de soja ficaram em 122,37 milhões de toneladas, com relação estoque/uso de 29,0%.

No milho, há inconsistência entre as variáveis revisadas. A projeção de demanda doméstica para ração foi mantida, mas implicaria, segundo o USDA, crescimento de 11,6% na safra 2025/2026. A demanda por ração permaneceu inalterada pelo USDA, que espera um crescimento de dois dígitos para 2025/2026, irreal. O relatório elevou as exportações norte-americanas de milho para 81,28 milhões de toneladas, em parte pela redução dos embarques da Argentina de 32 milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas, e reduziu os estoques finais.

A relação estoque/uso global caiu de 23,5% para 21,8%. O relatório também cortou em 3 milhões de toneladas a produção de milho da Ucrânia, de 32 milhões de toneladas para 29 milhões de toneladas, reflexo da dificuldade de estimar o desempenho das lavouras em meio ao conflito com a Rússia. O USDA acabou reforçando o quadro de aperto global no milho, mas sem revisar a demanda interna, criando uma "equação difícil de sustentar". Para o Brasil, a produção foi mantida em 131 milhões de toneladas, com exportações de 43 milhões.

No trigo, o USDA voltou a elevar a oferta mundial. A produção global aumentou em 8,9 milhões de toneladas no mês, chegando a 837,81 milhões de toneladas, com ajustes no Canadá (+3 milhões de toneladas), Argentina (+2 milhões), União Europeia (+1,7 milhão), Austrália e Rússia (+1 milhão cada) e Índia (+400 mil toneladas). O movimento amplia estoques e reduz a diferença entre trigo e milho, já que o milho apresentou elevação das exportações. Os estoques finais globais subiram para 274,87 milhões de toneladas, com relação estoque/uso de 33,6%.

No algodão, o USDA elevou a produtividade nos Estados Unidos e reduziu o consumo doméstico, o que resultou em estoques finais maiores, em 980 mil toneladas. No Brasil, o consumo também foi revisado para baixo, de 3,5 milhões de toneladas para 740 mil toneladas em 2025/2026, reforçando a indicação de demanda mais fraca no mercado global da pluma. A produção brasileira foi mantida em 4,082 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.