08/Dec/2025
Os preços do milho seguem avançando no mercado interno desde meados de outubro. O impulso aos valores vem sobretudo do maior interesse de compradores somado à retração de vendedores. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F se aproxima dos R$ 70,00 por saca de 60 Kg, patamar nominal verificado pela última vez em maio de 2025. Nos últimos sete dias, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta 2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 69,97 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 0,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e avanço de 0,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No campo, os produtores estão focados na semeadura e atentos ao desenvolvimento da safra.
Em algumas regiões, agricultores estão preocupados com o clima quente e, em outras, com os impactos das chuvas de meados de novembro. Neste contexto, os produtores limitam os lotes disponibilizados no spot, à espera de novas valorizações. Do lado da demanda, os compradores buscam recompor os estoques para o final do ano e início do próximo, mas esbarram nos maiores preços pedidos por vendedores. Alguns compradores seguem afastados do spot, à espera de queda nas cotações, fundamentados na aproximação da colheita da safra verão (1ª safra 2025/2026), que deve levar produtores a liberarem armazéns e/ou fazer caixa, no maior excedente interno e nas exportações em ritmo abaixo do esperado, contexto que deve fazer com que os estoques de passagem em janeiro/2026 sejam maiores que os da temporada anterior.
Por ora, apesar da retração de vendedores e de a safra 2024/2025 ter sido recorde, o ritmo de comercialização se mantém semelhante ao do ano anterior. Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que, até meados de novembro, 81,11% da produção estimada havia sido comercializada, abaixo dos 85,79% da temporada 2023/2024 e da média das últimas cinco safras (de 86,99%). Em Mato Grosso do Sul, informações da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul) mostram que 75% da produção havia sido comercializada até início de dezembro, avanço de 3,2% em relação ao mesmo período de 2024. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) aponta que, até o final de novembro, 66% da produção de milho da 2ª safra de 2025 havia sido negociada, avanço de 7% em relação ao mês anterior, mas o mesmo percentual de 2024.
A semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026) já está na reta final na Região Sul do País, maior produtor. No Paraná, das lavouras implantadas, 94% estão em condições boas e 6%, em médias. Destas, 52% estão em desenvolvimento vegetativo; 36%, em floração; e 12%, em frutificação, de acordo com dados do Deral/Seab do dia 1° de dezembro. No Rio Grande do Sul, a semeadura foi interrompida nos últimos dias devido à falta de chuvas, que reduziu a umidade dos solos. Assim, o avanço de apenas 3% nos últimos sete dias, chegando a 89% da área estadual, conforme relata a Emater-RS. Em Santa Catarina, com os trabalhos estão na reta final (a semeadura soma 98,6% da área esperada), a redução das chuvas vem favorecendo o desenvolvimento das lavouras, segundo a Conab.
A média nacional semeada até o dia 29 de novembro é de 65,9%, aumento de 6,6% em relação ao dia 22 de novembro e ainda acima dos 64,7% registrados no mesmo período de 2024, segundo a Conab. Em novembro, foram embarcadas 5 milhões de toneladas de milho, queda de 22% frente ao volume de outubro, mas 6% acima do de novembro/2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No acumulado da safra (de fevereiro/2025 a novembro/2025), as exportações somam 31,2 milhões de toneladas, alta de apenas 2% em relação ao mesmo período de 2024. Nos Estados Unidos, os futuros seguem avançando, impulsionados pela forte demanda internacional pelo cereal daquele país.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vem apontando semanalmente aumento nas exportações da temporada 2025/2026. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2025 registra recuo de 1,39%, a US$ 4,37 por bushel. O vencimento Março/2026 tem alta de 0,5% no mesmo comparativo, a US$ 4,47 por bushel (US$ 176,07 por tonelada). Quanto aos trabalhos de campo, na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a semeadura atingiu 44% da área destinada ao cereal, avanço de 5% nos últimos sete dias. Das lavouras, 79% estão em condições boas e excelentes, contra 76% da semana anterior e 72% da safra 2024/2025. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.