05/Dec/2025
Operadores no mercado de milho na B3 começam a testar um prêmio climático associado ao atraso do plantio da soja e aos episódios de replantio em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Mas, ainda é cedo para concluir que haverá redução relevante de área ou perda de produtividade na 2ª safra de 2026. A indústria já vem antecipando compras diante da possibilidade de repiques na virada do ano e de eventuais problemas climáticos, inclusive na Argentina, mas o ritmo do plantio da soja continua dentro da média de 12 anos. Parte da incerteza sobre o milho decorre da evolução do clima a partir de meados de dezembro. Se houver falhas de chuva após meados de dezembro, o mercado deve ampliar a precificação de risco.
No Paraná, na região de Maringá, a distância entre as indicações de produtores e compradores segue atrapalhando a comercialização mais efetiva de milho. Tradings indicam R$ 68,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá, para entrega em dezembro e pagamento em janeiro de 2026. Os vendedores, em iguais condições, indicam R$ 72,00 por saca de 60 Kg CIF. Lotes pontuais acabam sendo vendidos nesta posição por necessidade do vendedor. As fábricas de ração e indústrias estão fora do mercado nesta semana. Provavelmente, estão com bons estoques e voltam só em janeiro. Há chance de o mercado de milho "inflacionar" em janeiro.
Em Mato Grosso, na região de Sinop, há demanda no mercado de milho disponível, especialmente por parte de tradings que precisam fechar navios. A exportação está pagando mais que a indústria. Usinas de etanol indicam R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em dezembro e pagamento em janeiro. Tradings indicam R$ 54,00 por saca de 60 Kg FOB, via cooperativas, em igual prazo. As vendas da safra 2025/2026 são pontuais, com tradings adquirindo pequenos volumes a R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento em agosto, via cooperativas. Indústrias de etanol indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB, em igual prazo de embarque e pagamento.