01/Dec/2025
Segundo a Agroconsult, a produção de milho no Brasil deve totalizar 141,6 milhões de toneladas na safra 2025/2026, queda de 6,2% em relação ao recorde de 151 milhões de toneladas alcançado no ciclo anterior. A área plantada deve crescer 3,7%, para 23,2 milhões de hectares, mas a produtividade não repetirá o desempenho excepcional da safra passada. A 2ª safra, responsável pela maior parte da produção brasileira, deve totalizar 115,9 milhões de toneladas em 2026, queda de 6,5% ante 123,9 milhões de toneladas da 2ª safra de 2025. A área da 2ª safra de 2026 deve crescer 3,8%, alcançando 18,7 milhões de hectares. O milho safra de verão (1ª safra 2025/2026) deve produzir 25,8 milhões de toneladas, recuo de 4,7%, com área de 4,4 milhões de hectares, alta de 3,6%.
O plantio da soja mais concentrado neste ano permitiu uma janela razoável para a 2ª safra de milho 2026 na maior parte das regiões. Em Mato Grosso, cerca de 69% da área deve ficar dentro da janela ideal de plantio, 13% na janela aceitável e 18% em risco climático elevado, percentuais em linha com a média dos últimos cinco anos. A situação mais delicada está em Goiás, onde 50% da área de safrinha deve ficar fora do calendário recomendado, contra média histórica de 32% a 35%. Ou não vai plantar e vai plantar sorgo, ou vai baixar o investimento. O risco dentro dessa janela é elevado. Piauí e Maranhão também apresentam alguma preocupação com o calendário de plantio. No Paraná, o cenário é mais favorável, com 70% da área na janela ideal, ante média de 40% dos últimos cinco anos.
Mato Grosso do Sul também apresenta situação confortável, com 55% na janela ideal, 38% na aceitável e apenas 11% em alto risco. A safra 2024/2025 teve produtividade nunca vista antes, resultado de avanços em genética e tecnologia que elevaram o teto produtivo da cultura. A comercialização de insumos para a próxima safra está um pouco acima do normal. A sinalização da indústria de etanol de milho com preços entre R$ 45,00 e R$ 50,00 por saca de 60 Kg base Mato Grosso é considerada boa para estimular o plantio. Os produtores do Cerrado hoje falam que o ‘salvador’ do balanço este ano é a aposta no milho. Soja vai empatar, na média. O consumo doméstico deve ultrapassar 100 milhões de toneladas, o que explica preços acima da paridade de exportação em vários momentos do ano.
O mercado interno pujante, com mais de 100 milhões de toneladas para uma safra de 141,6 milhões, tem determinada formação de preço especialmente no segundo semestre. O etanol de milho é o principal responsável pela mudança de perfil de consumo, com projeção de 27,1 milhões de toneladas em 2025/2026. A indústria de proteína animal também segue forte. A relação de troca com frango e ovo está muito boa e vai continuar. Para as tradings, fazer 50 milhões de toneladas de exportação é um sacrifício. Origina porque a logística está contratada, precisa fazer uma contra margem para rodar. A dinâmica atual favorece o mercado interno em detrimento das exportações, movimento que deve se manter enquanto o consumo doméstico continuar robusto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.