28/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, os preços do milho no Brasil devem registrar valorização no primeiro semestre de 2026, mas sem repetir a escalada observada no início deste ano, quando a cotação disparou impulsionada por câmbio acima de R$ 6,00 e estoques apertados. A curva de preços indica alguma valorização nos próximos meses, mas sem espaço para movimentos intensos. Não deve haver aquela escalada de preços já vista, a não ser que o clima mude. Cerca de 35% da 2ª safra de 2025 recorde ainda está nas mãos dos produtores, o que limita tração mais consistente nas cotações. Três fatores explicam as razões pelas quais o mercado não deve repetir o comportamento anterior. Primeiro, a expectativa de uma safra de verão (1ª safra 2025/2026) maior, apoiada por aumento de área e mapas climáticos favoráveis.
Segundo, o estoque elevado com que o Brasil vira o ano, muito acima da virada de 2024 para 2025. Terceiro, o câmbio em nível diferente. No ano passado, o dólar bateu R$ 6,00 e sustentou alta forte. Hoje, o Real está em outro patamar. A combinação entre oferta e estoques cheios poderia causar pressão adicional de baixa, mas não é o comportamento observado no mercado físico. Pode ter leve pressão daqui até o fim do ano, mas nada muito intenso. O milho segue como opção atrativa pela liquidez, demanda firme e papel crescente das usinas de etanol e fábricas de ração. As usinas de etanol devem consumir cerca de 25 milhões de toneladas da safra 2025/2026. No mercado externo, porém, a grande oferta dos Estados Unidos e da Argentina deve reduzir a competitividade brasileira, o que pode elevar os estoques internos e influenciar a formação de preços.
Sobre o plantio da soja, o atraso em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais pode restringir a janela da 2ª safra em 2026. Nesses Estados-chave, os produtores preferiram não arriscar plantar no seco e esperaram as chuvas, que vieram irregulares. As próximas semanas serão decisivas para definir a janela de semeadura e o nível tecnológico da 2ª safra de 2026. Os produtores que concluíram cedo o plantio da soja tendem a ampliar a área destinada ao milho devido à melhora na relação de troca milho-fertilizantes, favorecida pela queda nos preços dos insumos. A definição final da área dependerá do andamento da colheita da soja, da rentabilidade projetada e do risco climático. A perspectiva para a 2ª safra de 2026 permanece positiva se o ciclo da soja ocorrer dentro da normalidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.