28/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, o atraso no plantio de soja em algumas regiões de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais pode prejudicar o desenvolvimento da 2ª safra de milho de 2026. Nesses Estados-chave, os produtores preferiram não arriscar plantar no seco e esperaram as chuvas, que vieram irregulares. As próximas semanas serão decisivas para definir a janela de semeadura e o nível de investimento na 2ª safra de 2026. O atraso do plantio é apenas um dos três fatores que influenciam a decisão do produtor de semear ou não o cereal. A precificação da commodity e a competitividade com outras culturas pode fazer o produtor mudar de ideia. No entanto, o milho deve manter sua posição. O mercado doméstico ganha cada vez mais liquidez com a demanda crescente de usinas de etanol e fábricas de ração. As usinas de etanol devem consumir cerca de 25 milhões de toneladas da safra de milho 2025/2026.
As exportações na temporada, porém, devem ser desafiadoras em virtude da grande oferta do milho norte-americano e argentino, o que pode elevar os estoques do cereal brasileiro e afetar a dinâmica de formação de preços. Com a melhora na relação de troca milho-fertilizantes, favorecida pela queda nos preços do insumo, os produtores que concluíram rapidamente o plantio da soja podem ampliar a área destinada ao milho 2ª safra de 2026. Caso o ciclo da soja ocorra dentro da normalidade, sem atrasos na colheita, a perspectiva para o milho 2ª safra de 2026 permanece positiva. No cenário internacional, a produção robusta de milho brasileiro e argentino deve elevar os estoques. Na Argentina, por exemplo, tem chovido muito bem, algo positivo para o milho e que tem efeito direto no balanço de oferta e demanda global.
Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta aumento na produção, consumo, exportações e estoques finais de milho no país para a safra 2025/2026. A produção norte-americana deve atingir cerca de 425 milhões de toneladas, impulsionada por maior área cultivada e melhor produtividade. Do lado da demanda, as exportações foram ajustadas para 78,1 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais devem crescer 40% em relação à safra 2024/2025. Apesar da redução projetada para os estoques globais de milho, mesmo diante da safra recorde nos Estados Unidos, o expressivo conforto no balanço norte-americano tende a manter os preços do cereal sob pressão. Soma-se a isso a elevada produção chinesa e a menor necessidade de importações pelo país asiático. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.