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28/Nov/2025

Etanol de Milho: armazenagem é gargalo no Brasil

Segundo a São Martinho, a falta de armazenagem está se tornando o principal fator de pressão para a indústria de etanol de milho no Brasil. A viabilidade do modelo depende diretamente da capacidade de estocar o grão no momento certo da 2ª safra. A armazenagem é crítica. O setor compra 80% do custo em poucos meses. Sem espaço, não tem como travar preço e não tem ganho de eficiência. A constatação se torna pública um dia após a Kepler Weber anunciar contrato para construir, em Montividiu (GO), uma unidade de 240 mil toneladas para abastecer a expansão da Unidade Boa Vista, onde a São Martinho investe R$ 1,1 bilhão para ampliar o processamento de milho.

A companhia já havia firmado com a Kepler um projeto maior, de 1,1 milhão de toneladas, previsto para iniciar operação ao longo de 2026. A empresa deve alcançar armazenagem equivalente a 50% de sua capacidade industrial quando os projetos estiverem concluídos, nível ainda inferior ao da FS, que opera com cerca de 75%. Isso evidencia o espaço para expansão num setor que funciona 360 dias por ano. O produtor pode encher o silo de milho, esvaziar, encher de soja. A indústria não tem esse luxo. Ela precisa de milho todos os dias. A armazenagem na fazenda tende a crescer, mas não substitui a necessidade industrial. O ritmo da operação é contínuo. A usina precisa de ‘um pulmão’ de seis meses para cruzar a entressafra.

A solução construída com a Kepler Weber reduziu custos em relação ao orçamento inicial sem comprometer eficiência e a empresa avaliou modelos de financiamento com a XP, mas descartou por ter custo de capital abaixo do CDI. Para cooperativas e produtores médios, faz sentido. A São Martinho processa 24 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e 2,5 milhões de toneladas equivalentes de milho em Goiás, com outra planta de igual capacidade prevista para 2026. A expansão do etanol de milho e o avanço da proteína animal vão manter a pressão sobre a estrutura de armazenagem no País. É um movimento estrutural, não conjuntural. A indústria vai exigir mais espaço. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.