26/Nov/2025

O mercado de milho tem um ponto novo de atenção no radar: áreas de replantio de soja em Goiás começam a ficar fora da janela da 2ª safra de 2026 e já obrigam o produtor a considerar o sorgo como alternativa em 2026. Esse risco entrou no mercado mais cedo do que o habitual. Mesmo com esse alerta, o mercado físico seguirá lento, como costuma ser na virada de novembro para dezembro. A demanda das fábricas de ração recua por causa do fim do alojamento de frango, peru e suíno; o setor se aproxima do período de férias coletivas e de manutenção industrial; e o custo de carregamento de estoque, acima de 2% ao mês, desestimula compras mais longas.

As indústrias estão abastecidas e preferem esperar janeiro, quando a reposição costuma ser feita de forma mais gradual. No porto, os preços estão estáveis entre R$ 69,00 e R$ 70,00 por saca de 60 Kg, com compradores presentes, mas sem disposição de puxar as cotações. A sustentação, portanto, tende a vir apenas de algum movimento cambial mais forte, já que a exportação segue moderada e dentro do previsto para este final de ano. Ainda há bom volume de milho disponível no interior, o que afasta qualquer preocupação imediata com oferta. Para esta última semana de novembro, os preços devem se manter estáveis, com negociações pontuais e baixa liquidez. Eventuais oscilações devem vir do porto, caso o câmbio apresente alguma variação mais expressiva.

Em São Paulo, na região de Campinas, a negociação é pontual. Tradings indicam R$ 69,50 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega imediata e pagamento em até 30 dias, enquanto os vendedores indicam R$ 65,00 por saca de 60 Kg FOB, em iguais condições. Fábricas de ração indicam entre R$ 63,00 e R$ 63,50 por saca de 60 Kg FOB, em iguais condições. Quanto às vendas da safra de milho de verão (1ª safra 2025/2026), a negociação é lenta, visto que produtores estão interessados agora na venda de curto prazo. Não há indicações de compradores ou vendedores.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, as negociações com milho disponível são pontuais há uns 60 dias já, sem movimentação significativa. Os produtores seguram as vendas enquanto as indústrias indicam entre R$ 54,00 e R$ 55,00 por saca de 60 Kg, para embarque imediato e pagamento em janeiro. Quanto à comercialização da safra 2025/2026, o cenário ainda é de negociações isoladas, com vendedores indicando R$ 60,00 por saca de 60 Kg e tradings indicando R$ 52,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento em agosto de 2026. Ainda há incerteza sobre o prazo da colheita de soja e, consequentemente, do plantio de milho.