12/Nov/2025
A São Martinho não pretende reduzir investimentos na planta de etanol de milho, mesmo diante da possibilidade de preços mais baixos para etanol e açúcar em 2026. O projeto já está com o financiamento estruturado e terá retorno considerado “super bom”. Em agosto, o conselho de administração da São Martinho aprovou a expansão da unidade produtora de etanol a partir do processamento de milho no município de Quirinópolis, em Goiás. Este projeto será anexo à Unidade Boa Vista. O investimento estimado para a implementação é de R$ 1,1 bilhão.
A nova planta deve tornar a companhia mais competitiva em um horizonte de um ano e meio, quando a unidade estiver concluída. Dada a condição financeira e posição de caixa, não há necessidade de frear um projeto tão bom. Em um cenário mais negativo de preços, a empresa pode ajustar outros investimentos, como os voltados à modernização e renovação de frota. A empresa tem investimentos em modernização e projetos complementares que podem ser reduzidos até a zero, se necessário. Outra medida possível seria diminuir a compra de cana-de-açúcar de fornecedores. Uma parte da cana-de-açúcar de terceiros é contratada no mercado spot e costuma ter custo mais alto.
Essa cana-de-açúcar spot geralmente vem com muito subsídio logístico. Nesse cenário de preços mais baixos, ela não seria viável, e a empresa poderia moer apenas a cana-de-açúcar própria, de custo menor. A São Martinho deve atravessar o período de preços baixos do açúcar em melhor posição que concorrentes, devido à estrutura de capital mais saudável. O custo médio da dívida está abaixo de 100% do CDI. Será um ano duro. Mesmo que o caixa livre seja negativo, a empresa segue muito sólida e capaz de recuperar rapidamente a partir de 2027. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.