10/Nov/2025
Os produtores brasileiros seguem focados na semeadura da safra de verão de milho (1ª safra 2025/2026). Em algumas regiões do País, fortes chuvas deixam agentes em alerta. Quanto às negociações, os vendedores priorizam o cumprimento dos contratos já firmados e aguardam novas valorizações para voltar ao spot. Apesar dessa restrição vendedora, o movimento de alta de preços do milho acaba sendo limitado pela menor atuação de compradores. Demandantes relatam ter estoques suficientes para o curto prazo e, com isso, adquirem novos lotes de forma pontual. Esses agentes estão de olho na produção recorde desta temporada e na possibilidade de que vendedores precisem liberar armazéns e/ou fazer caixa. No mercado físico, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 0,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 66,85 por saca de 60 Kg. Este é o maior valor nominal desde o final de junho deste ano.
Nos últimos sete dias, as elevações são de 1,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas) e de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, os contratos avançaram no começo da semana passada, influenciados pela demanda aquecida no período, mas apresentam queda nestes últimos dias, pressionados pelas desvalorizações externa e do dólar. No balanço, o movimento é de alta. O contrato Novembro/2025 tem valorização de 0,8% nos últimos sete dias, a R$ 68,22 por saca de 60 Kg. Os primeiros vencimentos de 2026 (Janeiro/2026 e Março/2026) registram aumentos mais modestos, de 0,5% e de 0,2%, passando para R$ 71,47 por saca de 60 Kg e R$ 72,94 por saca de 60 Kg, respectivamente. Em outubro, as exportações brasileiras de milho totalizaram 6,5 milhões de toneladas, volume 14% menor que o de setembro e apenas 1,5% acima do verificado em outubro/2024. No acumulado de 2025, foram embarcadas 29,82 milhões de toneladas, 3,2% a menos do que no mesmo período do ano passado.
Quanto aos preços nos portos, as médias dos primeiros dias de novembro nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) estão respectivamente 2,7% e 1,3% superiores às de outubro. Apesar dos avanços, os valores nos portos estão próximos aos do spot nacional, o que permite que vendedores aguardem oportunidades mais remuneradoras para negociar. Nesta primeira semana de novembro, a média de preço no Porto de Santos esteve R$ 1,69 por saca de 60 Kg acima do Indicador. No campo, chuvas têm sido registradas nas Regiões Sul e Sudeste desde o final de outubro. Apesar da melhora na umidade do solo em algumas áreas, os volumes elevados, acompanhados de ventos fortes, enxurradas e granizo, especialmente no Paraná, podem comprometer o desenvolvimento das lavouras já implantadas. Até 1º de novembro, a semeadura nacional atingia 42,8% da área prevista, avanço semanal de apenas 2,8% e ainda abaixo da média dos últimos cinco anos (44,5%), segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou que serão necessários replantios pontuais, devido à ocorrência de granizo. Até o dia 3 de novembro, apenas 1% da área restava para ser semeada; das lavouras implantadas, 6% estavam em condições médias e 94%, em boas condições. No Rio Grande do Sul, a melhora da umidade do solo favoreceu o avanço da semeadura, que alcançou 77% da área estadual, acima da média das últimas cinco safras (73%), segundo a Emater-RS. Em Santa Catarina, as baixas temperaturas têm atrasado o desenvolvimento das lavouras, mas a semeadura já atinge 89% da área, conforme apontam os dados da Conab de 1º de novembro. Na Região Centro-Oeste, com a regularidade das chuvas, a prioridade tem sido a semeadura de soja, o que vem atrasando as atividades envolvendo o milho. Em Goiás, a semeadura chegou a 3% da área estimada até 1º de novembro, contra 12% no mesmo período de 2024.
Em São Paulo e Minas Gerais, a semeadura totalizava 32% e 13,7% das respectivas áreas, segundo a Conab. Nos Estados Unidos, os contratos futuros de milho são pressionados pela previsão de tempo seco, que tem permitido o avanço da colheita recorde no país, e pelas desvalorizações pontuais do petróleo e do trigo. As baixas, no entanto, são limitadas pelo aumento da produção de etanol, majoritariamente à base de milho, e pelo ritmo elevado das exportações nas últimas semanas. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 tem baixa de 0,35% nos últimos sete dias, a US$ 4,28 por bushel, e o Março/26 registra recuo de 0,17%, para US$ 4,43 por bushel. Na Argentina, a semeadura da safra 2025/2026 soma 36% da área nacional, avanço semanal de 1%, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O ritmo foi limitado por chuvas intensas em regiões de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.