05/Nov/2025
O milho inicia novembro com fundamentos positivos e tendência de firmeza no curto prazo, impulsionado pelo aumento do consumo doméstico para ração e etanol e pela menor oferta imediata do produtor. A demanda brasileira está mais aquecida do que o previsto nos relatórios internacionais. A demanda interna vai estar de 3 a 5 milhões de toneladas acima do que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vinha projetando, por causa do etanol e do uso recorde de milho na produção de ração. Embora as exportações devam perder fôlego em relação ao desempenho de setembro e outubro, o mercado interno deve seguir firme, sustentado pelas compras típicas do início de mês. A primeira quinzena de novembro é sempre período de compra forte do setor de ração e do etanol.
Depois, o mercado tende a esfriar, mas até lá a procura deve manter os preços sustentados. O contrato março de 2026, referência para o período de entressafra, pode alcançar até R$ 75,00 por saca de 60 Kg na B3 nesta semana, refletindo o movimento de reposição das indústrias e a redução gradual da oferta disponível. A tendência é o comprador permanecer ativo agora, enquanto o produtor começa a segurar as vendas e deixar parte dos volumes para negociar apenas em janeiro, por causa do ano fiscal. Isso deve apertar a relação entre oferta e demanda no curto prazo. O cenário internacional também contribui para sustentar os preços, diante da expectativa de queda global nos estoques. Os fundamentos externos continuam bons. O mundo vai trabalhar com estoques mais baixos e isso ajuda a manter um ambiente positivo para o milho brasileiro.
Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, os produtores estão limitando as vendas, na expectativa de preços mais atrativos a partir de janeiro. Mas, isso pode não acontecer. Com o recuo dos produtores, as vendas são pontuais e para o mercado interno. As indústrias de ração indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg CIF ou FOB, para entrega ou retirada imediata e pagamento em 30 dias. Na mesma posição, o vendedor indica R$ 54,00 por saca de 60 Kg. Em função do clima incerto na região, os vendedores ainda não fixam preços para o milho safra de verão (1ª safra 2025/2026). Tradings e indústrias indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg CIF ou FOB, para entrega ou retirada em julho e pagamento em agosto de 2026.
No Paraná, na região de Maringá, o produtor também limita as vendas. Tradings indicam R$ 67,50 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá, para entrega em novembro e pagamento em dezembro, enquanto o vendedor, em iguais condições, indica R$ 73,80 por saca de 60 Kg. Granjas de São Paulo indicam R$ 62,00 por saca de 60 Kg CIF, com acréscimo de ICMS, para entrega em novembro e pagamento em dezembro. Compradores e vendedores não estão chegando a um acordo sobre quem deve arcar com o custo do frete. A grande incógnita disso é onde os produtores estão colocando o milho, porque nem todos têm armazém e os silo bags ficam no chão, expostos a riscos. Para safra 2025/2026, não há indicação de compradores ou vendedores.