04/Nov/2025
Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o Brasil tem potencial para atingir a marca de 20 bilhões de litros de etanol de milho produzidos anualmente até 2032, o que representaria o dobro do volume previsto para a safra atual. No entanto, há necessidade de expandir os mercados de consumo para absorver esse crescimento. A indústria, que começou na Região Centro-Oeste, avança para outras regiões graças a ganhos de eficiência. A produtividade saltou de 380 litros de etanol por tonelada de milho em 2016/2017 para os atuais 450 a 455 litros por tonelada de milho. O era restrito à BR-163 em Mato Grosso avança sobre novas regiões, com projetos no Nordeste, Sul e Norte do País.
Um dos principais obstáculos é a baixa oferta de etanol hidratado em muitos Estados. No Maranhão, de Imperatriz até Balsas, em 400 quilômetros percorridos, não se encontra um posto sequer com disponibilidade de etanol hidratado. É preciso "incorporar a cultura" e integrar toda a cadeia, da produção ao varejo. Além do etanol, os coprodutos, como o DDG (usado na ração animal), já respondem por 20% do faturamento do setor. No ano passado, o Brasil exportou 20% da produção para regular o mercado interno. No exterior, há potencial para o etanol brasileiro em mercados como o de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), citando o interesse do Japão no produto nacional.
A SCA Brasil apresentou um plano que propõe direcionar até 8 bilhões de litros de etanol a Estados onde o combustível ainda é pouco competitivo, sem reduzir a rentabilidade das principais regiões produtoras. A estratégia poderia preservar até R$ 15 bilhões em receita anual ao evitar uma queda generalizada de preços no mercado nacional. O plano busca abrir espaço para o novo ciclo de crescimento impulsionado pelas usinas de etanol de milho. Se trabalhar 8 bilhões de litros com uma política de preço direcionada para ganhar mercado, será possível preservar 30 bilhões de litros com melhor remuneração, o que deixaria R$ 15 bilhões de receita incremental para o setor.
A conta faz parte da premissa de que, sem uma estratégia regionalizada, o setor precisaria reduzir o preço médio em cerca de R$ 0,50 por litro sobre todo o volume nacional de 30 bilhões de litros para escoar a produção crescente. Ao concentrar a política de preços apenas nos Estados menos competitivos, o setor ampliaria o consumo em novos mercados e, ao mesmo tempo, evitaria erosão de margens nas regiões consolidadas. Um levantamento da SCA Brasil mostra que seis Estados concentram 81% de todas as vendas de etanol hidratado do País, enquanto os demais 21 Estados, que reúnem 41% da frota flex, respondem por apenas 19% do consumo.
Se dobrar as vendas nesses 21 Estados, o consumo nacional subiria em 4 bilhões de litros e a participação do etanol no ciclo Otto passaria de 23% para 30%. A chave está na integração entre política tributária e logística regional. A democratização do etanol exige ações coordenadas que tornem o produto competitivo nas bombas, como já ocorreu em Mato Grosso e São Paulo. O destaque é o papel do milho na nova geografia do biocombustível. A pujança do etanol de milho é uma realidade. O milho vai democratizar a expansão do etanol no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.