03/Nov/2025
Os preços internos do milho seguem avançando, sustentados sobretudo pela retração de vendedores, que estão focados nas atividades de campo e no desenvolvimento das lavouras. Além disso, muitos produtores, atentos à maior presença de compradores no mercado, estão afastados das negociações, à espera de novas valorizações do cereal. De modo geral, os vendedores ofertam novos lotes apenas quando há necessidade de fazer caixa no curto prazo e/ou de liberar parte dos armazéns. A paridade de exportação elevada também reforça a sustentação dos preços domésticos. Do lado da demanda, os agentes ativos se esbarraram nos maiores preços pedidos por vendedores. Dessa forma, as altas de preços só não foram mais intensas porque parte dos consumidores utiliza estoques em detrimento de realizar novas compras.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra avanço de 0,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 66,24 por saca de 60 Kg. No mês de outubro, até o dia 30, a alta do Indicador foi de 3%. Nos últimos sete dias, os valores têm alta de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, sustentados pela demanda mais ativa e pelo avanço dos preços internacionais do cereal, os vencimentos futuros estão em alta. Nos últimos sete dias, o contrato Novembro/2025 registra valorização de 0,7%, cotado a R$ 67,71 por saca de 60 Kg na; e o Janeiro/2026 tem alta de 0,6%, a R$ 71,12 por saca de 60 Kg. Nos portos, os preços também estão firmes, influenciados pela valorização externa e pela estabilidade do dólar. No Porto de Paranaguá (PR), a média se mantém em R$ 67,00 por saca de 60 Kg e, no Porto de Santos (SP), os valores chegam a até R$ 69,00 por saca de 60 Kg. Ainda assim, as exportações seguem nos volumes observados em 2024.
Como o excedente está elevado, os embarques brasileiros podem apresentar recuperação nos próximos meses. Considerando-se a temporada 2024/2025 (de fevereiro até a parcial de outubro/2025), foram escoadas 24,9 milhões de toneladas, contra 25,2 milhões de toneladas no mesmo período de 2024, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Especificamente na parcial de outubro (18 dias úteis), foram exportadas 5,14 milhões de toneladas, com média diária de 285,93 mil toneladas. Caso esse ritmo tenha se mantido, o volume escoado pode somar 6,5 milhões de toneladas, superando as 6,4 milhões embarcadas nos 22 dias uteis de outubro de 2024. O retorno das chuvas nas regiões produtoras tem mantido produtores otimistas quanto à safra de verão (1ª safra 2025/2026). Apesar das precipitações, a semeadura avançou 6,8% entre 18 e 25 de outubro, com a média nacional somando 40% da área estimada, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No Paraná, as atividades estão praticamente finalizadas, com 98% da área semeada até o dia 27 de outubro, conforme apontam dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Apenas 3% das lavouras estão em condições médias e 97% estão em boas condições. A produção pode somar 3,45 milhões de toneladas, 13% acima da temporada 2024/2025. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS mostram que 80% da área destinada ao milho da safra de verão (1ª safra 2025/2026) já havia sido semeada até o dia 30 de outubro. O relatório aponta que 95% das lavouras do Estado estão em fase de desenvolvimento vegetativo. Em Santa Catarina, a semeadura totaliza 85% da área, conforme dados da Conab do dia 25 de outubro. Na Região Centro-Oeste, a semeadura em Goiás teve início, somando apenas 1% da área esperada até o dia 25 de outubro, segundo a Conab. Em São Paulo e Minas Gerais, os trabalhos de campo totalizaram 15% e 10% da área até o dia 25 de outubro, também de acordo com a Conab.
Na Argentina, segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgado no dia 30 de outubro, a semeadura da safra 2025/2026 continua avançando, apesar do excesso de chuvas nas regiões de Buenos Aires, chegando a 35% da área nacional estimada, progresso de apenas 1,2% em relação à semana anterior. Quantos aos preços, estão em alta, refletindo o avanço nos valores do petróleo, a demanda internacional aquecida pelo cereal dos Estados Unidos e a valorização dos futuros da soja. O avanço nos valores elevou o ritmo de negócios no mercado norte-americano. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2025 registra valorização de 0,53%, cotado a US$ 4,30 por bushel. O contrato Março/2026 tem alta de 0,57%, passando para US$ 4,43 por bushel. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.