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23/Oct/2025

Etanol de Milho avança no País e sustenta demanda

Segundo a StoneX, o avanço do etanol de milho está mudando o eixo do mercado brasileiro, reduzindo a dependência das exportações e sustentando a demanda interna mesmo com preços internacionais em baixa. Apesar de o Brasil ter colhido uma safra recorde de 140 milhões de toneladas em 2025, o produtor hoje tem menos interesse em vender ao exterior diante da valorização do Real e das cotações deprimidas. O setor de etanol de milho deve consumir 22,3 milhões de toneladas de milho em 2025, volume que deve subir para 28,3 milhões em 2026, um avanço de 27% em apenas um ano. A capacidade instalada do setor pode chegar a 53 milhões de toneladas anuais até 2028, impulsionada por novas usinas em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. A mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina passou a 30% e pode atingir 35% nos próximos anos. Esse movimento, somado à reforma tributária, tende a ampliar a competitividade do etanol hidratado em várias regiões do País.

Com a expansão da indústria, o milho se consolida como matéria-prima estratégica para o ciclo de energia renovável no Brasil. A oferta é ampla, o abastecimento é estável e o produto tem disponibilidade o ano todo. Essa previsibilidade é o que diferencia o milho de outras matérias-primas. Embora Estados Unidos, Brasil e China tenham registrado supersafras, o estoque final global de milho deve ser o mais baixo da última década, o que mantém o mercado sensível a qualquer revés climático ou alta repentina na demanda. Os fundamentos indicam um cenário confortável de oferta, mas com equilíbrio delicado. Qualquer evento climático pode gerar reação forte de preços. No Brasil, as perspectivas para 2026 são positivas. O plantio da soja dentro da janela ideal favorece o desenvolvimento da 2ª safra de milho, que responde por cerca de 75% da produção total. Os preços domésticos seguem firmes e devem incentivar um novo aumento de área, mas é uma cultura mais exposta à seca e isso pode trazer volatilidade ao mercado.

A tendência de expansão do etanol de milho não se limita ao Brasil. Na Índia, a mistura já atinge 20%, com grãos (especialmente milho e arroz) representando mais da metade da matéria-prima utilizada. Países asiáticos como Vietnã e Japão também avançam para misturas de 10%, reforçando o papel do biocombustível no consumo global de grãos. Nos Estados Unidos, o setor de etanol permanece consolidado, enquanto o consumo de milho se concentra na exportação e na alimentação animal. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta 154,9 milhões de toneladas destinadas à ração em 2025/2026, embora a desaceleração dos confinamentos na fronteira com o México possa afetar esse volume. O que se vê é uma mudança estrutural. O milho deixa de ser apenas um produto de exportação e passa a sustentar uma nova fronteira de consumo industrial e energético. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.