22/Oct/2025
Segundo a consultoria Veeries, o Brasil deve encerrar 2025 com exportações de 39 milhões a 40 milhões de toneladas de milho, abaixo do potencial inicial estimado em até 47 milhões. A queda decorre da dificuldade de fechar paridade de exportação, da concorrência das usinas de etanol de milho e do avanço dos Estados Unidos sobre mercados antes dominados pelos embarques brasileiros. O País destina hoje cerca de 22 milhões de toneladas do grão para etanol, dentro de um consumo total próximo de 92 milhões. A competição das usinas na Região Centro-Oeste reduziu a oferta disponível para exportação, enquanto os norte-americanos, diante da impossibilidade de vender soja à China, anteciparam as vendas de milho e ocuparam espaço em Japão, Coreia do Sul e países da Europa.
A Veeries estima produção total de 148 milhões de toneladas em 2025/2026, com consumo interno de cerca de 100 milhões e excedente exportável de 48 a 50 milhões de toneladas. Porém, o mercado efetivo é de 42 milhões de toneladas, o que deve manter o País com estoques elevados e pressão sobre os preços no início do próximo ano. A área da 2ª safra de milho de 2026 deve aumentar 5%, para 18,4 milhões de hectares, sustentada por maior investimento em tecnologia após um 2025 de alta produtividade. As vendas de sementes já atingem 60% do total esperado, ritmo superior ao do ano passado em todos os principais Estados produtores.
As margens devem ser menores que as de 2025, reflexo de custos mais altos e cenário de preços estáveis. As usinas de etanol oferecem hoje entre R$ 48,00 e R$ 50,00 por saca de 60 Kg para 2026, valor que assegura boa rentabilidade ao produtor em caso de safra cheia. Contudo, muitos produtores ainda esperam repetir os R$ 75,00 por saca de 60 Kg observados no início de 2025, expectativa que dificilmente se sustentará diante da oferta abundante. Com estoques maiores em dezembro, a formação de preços será influenciada pela disputa entre exportação, etanol e câmbio, fatores que devem ditar o ritmo de comercialização no primeiro semestre de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.