22/Oct/2025

O aumento da mistura de biodiesel no diesel e a expansão das usinas de etanol de milho mudaram a estrutura do mercado brasileiro de grãos e ampliaram a volatilidade dos preços ao produtor. A dinâmica doméstica de oferta e demanda passou por transformações que tornam a precificação mais complexa e aumentam a necessidade de dados confiáveis para a tomada de decisão. O Brasil caminha para ampliar a mistura de biodiesel de 15% para 20%, o que deve elevar o esmagamento de soja e o consumo interno de óleo. Paralelamente, a expectativa é de aumento de mais de 30% na oferta de etanol no mercado brasileiro, impulsionada pela proliferação de usinas de etanol de milho na Região Centro-Oeste. Esses dois movimentos alteram profundamente o equilíbrio entre exportação e consumo doméstico das duas principais commodities agrícolas do País.

Segundo a Grão Direto, quando se observa esse aumento importante de mistura de biodiesel, aumento de esmagamento de soja, e a enormidade de usinas de etanol de milho se instalando no Brasil, essas questões todas tornam a dinâmica de mercado doméstico estruturalmente diferente do que era há cinco anos e muito diferente do que era há dez anos. Essas mudanças se somam aos tradicionais fatores de volatilidade, como câmbio e oferta e demanda global, e tornam a precificação mais desafiadora. É impossível tomar decisões boas sem dados bons. A logística permanece como fator estrutural de pressão sobre os preços. Quanto mais cara a logística, menos o produtor acaba recebendo.

Essa capacidade de se adaptar e de prever o que vai acontecer para a logística também é muito importante. O mercado brasileiro de grãos também está diretamente exposto aos preços formados na Bolsa de Chicago, que negocia cerca de 28 bilhões de toneladas em contratos futuros de grãos por ano, volume 17 vezes superior ao mercado físico global de 1,6 bilhão de toneladas. Segundo o CME Group, o produtor rural brasileiro está exposto a três preços: o preço da Bolsa de Chicago, o preço do prêmio, também conhecido como basis, e o câmbio. A velocidade das negociações ampliou a volatilidade. Anteriormente, o preço da soja era negociado por uma semana, e hoje tem traders e clientes que estão negociando em segundos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.