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20/Oct/2025

Preços do milho estão firmes no mercado interno

Ainda que compradores atuem apenas de forma pontual no mercado spot brasileiro, os produtores estão retraídos das vendas, focados na semeadura da safra verão (1ª safra 2025/2026). Esse cenário tem mantido firmes os preços do milho no interior do País. Nos portos, os valores do cereal registram avanços, sustentados pelas valorizações do dólar e do mercado internacional. Destaca-se que o aumento nos preços nos portos tende a elevar também as cotações no interior do País, à medida que esse contexto eleva a paridade de exportação. O ritmo de embarques está crescente neste mês, mas isso é resultado das negociações realizadas antecipadamente, tendo em vista que, atualmente, a liquidez está baixa nos portos. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que a média diária de exportação nesta parcial de outubro (até a segunda semana), de 326 mil de toneladas, supera em 12% a registrada há um ano. Assim, até o momento, o Brasil escoou 2,6 milhões de toneladas de milho, correspondendo por 40% de todo o volume embarcado em outubro/2024.

Nos últimos sete dias, observa-se alta de 3,8% e 2% nos preços médios de pronta entrega nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), passando para R$ 67,47 por saca de 60 Kg e R$ 68,23 por saca de 60 Kg, respectivamente. Nos últimos sete dias, são verificadas leves altas de 0,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta queda de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 65,12 por saca de 60 Kg. No mercado futuro, na B3, acompanhando as altas dos valores internacionais, os contratos estão em alta. Nos últimos sete dias, os vencimentos Novembro/2025 e Janeiro/2026 marcam avanço de 1% e 1,8%, a R$ 67,93 por saca de 60 Kg e a R$ 70,68 por saca de 60 Kg. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura da safra 2025/2026 está adiantada na maior parte das regiões produtoras, somando, até o dia 11 de outubro, 31,2% da área nacional, avanço semanal de 2,1% e acima dos 30,7% da média dos últimos cinco anos.

No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que, em algumas áreas, como Campo Mourão, Francisco Beltrão, Maringá, Pato Branco, Toledo e Umuarama, a semeadura já foi finalizada no encerramento da primeira quinzena de outubro. A área estadual semeada chegou, até o dia 14 de outubro, a 90%, o mesmo percentual de 2024, e com as lavouras apresentando qualidade superior. No Rio Grande do Sul, o tempo seco e as temperaturas amenas permitiram o avanço da semeadura. Dados da Emater-RS indicam que as atividades somavam, até o dia 16 de outubro, 74% da área estimada. Em Santa Catarina, as atividades foram realizadas em 72% da área, com as lavouras beneficiadas com o retorno das chuvas, segundo os dados da Conab até o dia 11 de outubro. Nos Estados Unidos, os preços acumularam novas altas, sustentados pela retração de vendedores e pela maior demanda internacional. Os vencimentos Dezembro/2025 e Março/2026 apresentam avanço de 0,84% e 0,35% nos últimos sete dias, a US$ 4,21 por bushel e a US$ 4,35 por bushel, respectivamente.

Na Argentina, devido ao excesso de chuvas, algumas regiões de Buenos Aires têm registrado atraso na semeadura. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 16 de outubro, 29,9% da área estimada havia sido semeada, avanço semanal de 5%. Relatório divulgado na semana passada pela Conab aponta que a produção agregada de milho para 2025/2026 pode ser de 138,6 milhões de toneladas, o que representaria queda de 1,8% em relação ao volume de 2024/2025. Especificamente para a safra verão (1ª safra 2025/2026), atualmente em semeadura, apesar da redução de 3,1% na produtividade, a área é estimada para ser 6,1% superior, e, com isso, a produção pode chegar a 25,63 milhões de toneladas, 2,8% superior à de 2024/2025. O aumento da área, por sua vez, ocorre devido à substituição de produtores de arroz e feijão para milho, que têm perspectivas de rentabilidade maior.

Para 2ª safra de 2026, a estimativa é de aumento de 3,8% na área, mas queda de 6,1% da produtividade, resultando em produção de 110,46 milhões de toneladas, decréscimo de 2,5%. A 3ª safra de 2026 pode somar 2,51 milhões de toneladas, queda de 13,1%. Apesar do cenário de menor disponibilidade interna do cereal, a Conab espera que os embarques brasileiros aumentem, passando para 46,5 milhões de toneladas, 6,5 milhões a mais que o estimado para a atual temporada. Quanto ao consumo, incentivados pelo aumento na demanda pelo cereal para produção de etanol, na safra 2025/2026, devem ser consumidas 94,56 milhões de toneladas. Assim, restariam, em janeiro/2027, 13,35 milhões de toneladas de milho, próximas às 14,11 milhões de toneladas estimadas para janeiro/2026. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.